Foto: Alessandro DantasCarlos Mota
23 de novembro de 2016 | 17h36
A pauta de retrocessos que tramita no Congresso Nacional foi denunciada por representantes de movimentos sociais a senadores da oposição, nesta quarta-feira (23), durante reunião com a Bancada do PT no Senado. Os participantes definiram estratégias para o enfrentamento de propostas como a PEC 55 (congelamento de gastos), o PL 4.330 (terceirização) e a MP 746 (reforma do ensino médio).
Unificar a luta foi o principal foco do encontro. Essa união, segundo os participantes, deve ser feita a partir da participação em massa dos movimentos em todas as mobilizações – por exemplo, centrais sindicais e grupos estudantis juntos em temas como a reforma do ensino médio e a terceirização de todas as atividades de trabalho.
“São muitos retrocessos sendo votados no Congresso Nacional. […] Isso tem sido votado e colocado em pauta de forma muito rápida e antidemocrática. E a população não está sabendo, por que não foi convidada para participar sobre as decisões dos rumos do País. Por isso a gente se reuniu com os senadores”, explicou a diretora da UNE, Marianna Dias. Segundo ela, essa foi a primeira de muitas reuniões para unificar os movimentos sociais.
O senador Paulo Rocha (PT-PA), que coordenou a reunião, disse que é fundamental que os parlamentares estejam sintonizados com a luta do povo nas ruas. “Por isso a bancada do Senado chamou o conjunto dos movimentos sociais para fazer esse diálogo, esse enfrentamento, para que a gente evite que o projeto neoliberal seja implementado de novo no nosso País”.
Ações de comunicação
A mudança na maneira de enfrentar essas pautas também foi discutida no encontro, ainda mais quando a Câmara e o Senado dificultam a entrada de pessoas que vêm se manifestar no Congresso – exceto quando são favoráveis à ditadura. Uma das propostas apresentadas é mostrar com mais clareza à população o que está em jogo.
Para Débora Lima, da Fenaj do Ceará, é preciso retomar ações de comunicação como o uso de carros de som em grandes avenidas e a distribuição de panfletos. E isso deve ser feito a partir de peças de comunicação simples e diretas. Por exemplo, explicando para as pessoas que moram no interior do País que elas não terão mais acesso gratuito a medicamentos com o avanço de propostas como a PEC 55.
“Não adianta vir para a frente do Congresso e só seguir carro de som e agitar bandeira. Precisamos incomodar o governo e os parlamentares”, defendeu Débora.
Participaram da reunião integrantes de entidades como UNE, CUT, CTB, MST, MTST, Intersindical, Fitratelp/Sinttel – DF, CSP Conlutas, Fenaj e Químicos – SP.
MULTIMÍDIA
Assista vídeo sobre a reunião entre movimentos sociais e senadores:
Veja as fotos da reunião:
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