Na Bahia, Dilma enfatiza a receita do Brasil para enfrentar a crise

Crise se enfrenta com trabalho para transformar a dificuldade em oportunidade. Esse foi, em resumo, o recado dado pela presidenta Dilma Rousseff na manhã desta sexta-feira (13), em Maragojipe (BA), a 133 quilômetros de Salvador, onde foi lançada a pedra fundamental da obra do Estaleiro Enseada do Paraguaçu e realizada a cerimônia de batismo da plataforma P-59, da Petrobras. Além do governador da Bahia, Jaques Wagner, e do senador e líder do PT, Walter Pinheiro, os dois eventos ainda foram acompanhados pelos ministros das Minas e Energia, Edson Lobão, e dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, além da presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster. 

Em seu pronunciamento, durante a cerimônia de batismo da Plataforma P-59, da Petrobras, a presidenta Dilma enfatizou o caminho adotado pelo Brasil para enfrentar a grave crise econômica e financeira mundial. Para ela, o País – ao contrário das medidas ortodoxas que estão sendo aplicadas nos países europeus – investirá em mais progresso, aumento de renda e distribuição da riqueza. 

“O meu governo, eu posso assegurar a vocês”, enfatizou Dilma, “está atento para garantir que o nosso país, diante desta situação internacional, tenha um desempenho o melhor possível e saia dessa crise aproveitando oportunidades que sempre uma crise traz”.
Ela ainda enumerou os entraves que o governo está removendo para o crescimento econômico sustentável do país e assegurou que todos sairão ganhando com seus efeitos na economia real – inclusive o governo.
“Nós queremos de forma sistemática diminuir os custos no Brasil”, sublinhou a presidenta, “mas não da forma como eles estão fazendo lá fora, que é reduzir o salário e os ganhos sociais que os trabalhadores conquistaram ao longo de toda uma história e uma vida de lutas. Nós queremos reduzir os nossos custos com base na redução dos impostos e na capacitação cada vez maior da nossa força trabalho. O nosso caminho não é o caminho de tirar direito dos trabalhadores. O nosso caminho é outro”, disse.
 

 

Pinheiro, na cabine de comando da plataforma
P-59: Dilma reforçou que crise não se combate
com recessão

Assim, ao contrário de alguns países europeus, o Brasil buscará que os bônus, as vantagens e os lucros do desenvolvimento sejam distribuídos à população. Segundo Dilma, o governo fará concessões em várias áreas para assegurar uma taxa crescente de investimento e de geração de emprego.

Após o pronunciamento de Dilma, o senador Walter Pinheiro falou com a Liderança do PT no Senado e acrescentou: “Com esse pronunciamento na Bahia, a presidenta enfatizou que crise se combate com melhores condições que possam trazer o progresso – e não com medidas recessivas”.

Estaleiro monumental
Voltado para construção e integração de unidades offshore, como plataformas, navios especializados e unidades de perfuração, o Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) será construído a partir de um consórcio formado pelas empresas baianas Odebrecht e OAS, a carioca UTC e a japonesa Kawasaki.
Entre os maiores do País, com início de suas operações previsto para 2014, o estaleiro está localizado na Foz do Rio Paraguaçu e tem cerca de 1,6 milhão de m² – dos quais 400 mil m² serão destinados à preservação ambiental. , 
Os investimentos no estaleiro são da ordem de R$ 2 bilhões e sua carteira de contratos inclui clientes como Petrobras e Sete Brasil. Quando estiver operando a plena capacidade, o estaleiro poderá processar até 36 mil toneladas de aço por ano, construindo navios de altíssima especialização, como sondas de perfuração e FPSOs, [Floating Production, Storage Offloading], que poderão ser fabricadas simultaneamente.

Plataforma P-59
Após 30 anos sem construir plataformas de perfuração autoelevatória, a Petrobras vai retomar as atividades no canteiro, o que constitui um importante marco para a indústria naval brasileira. Erguida em 44 meses pelo consórcio formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, a plataforma recebeu investimento de R$ 360 milhões da Petrobras. O equipamento vai atender às demandas operacionais de exploração e produção da companhia nos próximos anos.
Além da P-59, está sendo construída no mesmo canteiro a P-60, que deve ser concluída até agosto. As obras geraram cerca de 2,1 mil empregos diretos, a maioria para moradores do recôncavo baiano. Apenas 10% dos funcionários são de outros estados.

As unidades fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Os contratos das duas plataformas foram assinados em setembro de 2008 com o consórcio Rio Paraguaçu.

(Com informações do Blog do Planalto e do blog do senador Walter Pinheiro)

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