Na CAE, Tombini aposta em crescimento na economia brasileira

Sobre a inflação, ele afirmou que o BC aguarda um recuo nesse índice por conta de outras medidas de combate à inflação que foram e serão adotadas.


“Teremos uma gradual recuperação da indústria 
no Brasil e melhores condições de competitividade 
por conta da redução de alguns custos como a
energia”

Os dados sobre o recuo da produção industrial brasileira em fevereiro não assustam o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ele reconhece a contração na produção no primeiro trimestre de 2013, mas garante que o esforço para redução de alguns custos – como o da energia elétrica – vai se refletir em bons resultados ainda nos primeiros meses do ano. Tombini participou, nesta terça-feira (02) de audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), onde discorreu sobre a política econômica e monetária do governo Dilma.

“Trago aqui três mensagens para os senhores”, disse, ao final de sua exposição, dirigindo-se aos senadores. Segundo detalhou, a primeira boa nova é de que a recuperação prevista para a economia brasileira está se materializando; a segunda notícia importante é que há, de fato uma resistência da inflação nos últimos meses e a terceira mensagem é de que a autoridade monetária aguarda um recuo nesse índice por conta de outras medidas de combate à inflação que foram e serão adotadas.

Recuperação
Do ponto de vista da economia, a terça-feira começou com a divulgação dos dados sobre a produção industrial no País, que recuou 2,5% em fevereiro frente a janeiro. Os dados são do IBGE, reunidos em sua Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF Brasil). O recuo é um pouco maior que a expansão de 2,6% . Tombini não se mostrou surpreso com a notícia. Disse que o Banco Central já contava com uma expansão moderada da produção industrial brasileira neste primeiro trimestre. “Mas teremos uma gradual recuperação da indústria no Brasil e melhores condições de competitividade por conta da redução de alguns custos como a energia elétrica, por exemplo”, enfatizou.

De todo modo, os dados do IBGE já mostram alta na produção de bens de capital , que cresceram 1,6% na comparação entre fevereiro e janeiro. Nos dois primeiros meses de 2013, a produção de bens de capital subiu 13,3%, a de bens intermediários recuou 0,3%, enquanto a de bens de consumo duráveis subiu 4% e a dos bens de consumo semi e não duráveis caiu 1,5%.

Indicadores
A perspectiva, com base nos indicadores, é de crescimento da economia no primeiro trimestre de 2013, apesar dos reflexos da crise que se abateu sobre diversos países economicamente mais avançados . “Isso tem afetado e seguirá afetando o crescimento da economia brasileira”, declarou. Ele lembrou a recente crise do Chipre, que adotou um determinou um congelamento de contas bancárias muito semelhante ao que ocorreu no Brasil em 1990, no início do governo Collor.

Disse que esse tipo de crise traz reflexos para todos os países, mas destacou que a economia americana está se recuperando e há indicadores muito positivos especialmente no setor de vendas, no mercado imobiliário e na retomada dos níveis de emprego.

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“A perspectiva é de crescimento mundial de 2 a 3% neste ano”, falou, enfatizando que, mesmo na zona do euro, há sinais de melhora nos patamares de desemprego da população, que se estabilizaram em 12%.

No Brasil, segundo Tombini, o setor agropecuário também está em franca recuperação e o nível de emprego continua crescendo . “Tivemos dois trimestres de crescimento depois de um longo período de contração em relação cenários anteriores”, afirmou. Ele também destacou que o Brasil se tornou um grande receptor de investimentos diretos.

agronegocio 

Giselle Chassot

Veja a apresentação completa do presidente Banco Central

Clique aqui para ver a publicação completa do IBGE

 

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