“O legado de Bolsonaro é a fome”. Assim resumiu o senador Humberto Costa (PT-PE) sobre a tragédia que pairou sobre o Brasil nos últimos quatro anos. Não bastasse a tragédia yanomami, a qual o presidente Lula jogou luzes no início deste ano, outra ocorria no país na gestão do governo anterior.
Em 2022, o Brasil bateu recorde de internação de crianças em decorrência da desnutrição infantil. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Ministério da Saúde apontam 4.135 internações de crianças de até cinco anos por esse motivo. Todos os dias, em média, 11 crianças dessa faixa etária são internadas por desnutrição.
Nos últimos anos, a internação de crianças dessa faixa etária por desnutrição oscilou, mas em 2022 voltou a patamares de dez anos atrás. Mostrando como o governo anterior promoveu um enorme retrocesso na proteção e na garantia de segurança alimentar das crianças.
A região Nordeste concentra a maior parte dos casos: quase 36% do total. Além disso, o estudo mostra que, no ano passado, 19 estados e o Distrito Federal registraram aumento de internações.
“A desnutrição é uma doença que tem raízes profundas na desigualdade social. Tem também as crianças que estão desnutridas, mas que não alcançam nem o hospital. É um retrocesso, um ponto de bastante atenção”, disse Maria Paula de Albuquerque, pediatra e gerente geral clínica do Centro de Recuperação e Educação Nutricional (Cren), em entrevista ao UOL.
Embora o Brasil tenha saído do mapa da fome em 2014, a desnutrição nunca deixou de ser um problema. Especialmente para pessoas de maior vulnerabilidade, como crianças em bolsões de pobreza (como as periferias), populações indígenas e quilombola.
De acordo como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tratamento de uma criança desnutrida é feito em três etapas:
– estabilização, principalmente nos casos de internação hospitalar;
– reabilitação, que é quando se passa a oferecer para a criança alimentos variados e
– acompanhamento de médio e longo prazo, com acesso fundamental a alimentos na quantidade e na qualidade corretas, o que não é algo simples para todo mundo.
Com informações de agências de notícias