Na mídia: corrupção do metrô de São Paulo foi paga em parcelas

O esquema de combinação de preços entre as
empresas que participaram de licitações para
obras, fornecimento de carros e manutenção de
trens e Metrô de São Paulo tornou-se público,
após uma série de reportagens da Revista IstoÉ

A Folha de S. Paulo, desta terça-feira (21), traz fato novo sobre o esquema de corrupção do metrô de São Paulo: as propinas eram distribuídas em parcelas. O jornal teve acesso a um documento apreendido pela polícia francesa com anotações sobre os valores pagos à Secretaria de Energia e a três diretorias – administrativa, financeira e técnica – da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE).

O documento se refere a propina paga em quatro parcelas pela Alstom, para obter um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões em valores da época) com a EPTE em 1998, durante o governo de Mário Covas (PSDB). O secretário na época da assinatura do contrato era Andrea Matarazzo.

Nos papéis também aparecem as rubricas de Henrique Fingermann, que foi diretor financeiro e presidente da EPTE e do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho. Todos eles negaram irregularidades nos contratos, por meio de seus advogados.

Também segundo a Folha, diante das novas evidências, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, convocou uma coletiva de imprensa, encerrada bruscamente após cinco minutos, para dizer que aguardará o andamento das investigações para tomar providências em relação às novas informações.

“Tem dados que nós ficamos sabendo pela imprensa. Nós estamos fazendo [as investigações]. O doutor Gustavo Ungaro [presidente da Corregedoria-Geral da Administração de São Paulo] está debruçado 24 horas sobre isso”, disse Alckmin a respeito do trabalho feito para apurar as denúncias.

Entenda o caso
O esquema de combinação de preços entre as empresas que participaram de licitações para obras, fornecimento de carros e manutenção de trens e Metrô de São Paulo tornou-se de conhecimento público, após uma série de reportagens da Revista IstoÉ.

O cartel é investigado pela Operação Linha Cruzada, feita pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, em conjunto com a Polícia Federal. A investigação teve início a partir de um acordo de leniência da empresa Siemens com o conselho, que permitiu que a empresa denunciasse as ilegalidades. Documentos e cópias de e-mails trocados entre funcionários da Siemens estão sendo analisados pelo Cade e pela Justiça.
 

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