Na mídia: Escolaridade no Bolsa-Família aumentou nos últimos 10 anos

Na mídia: Escolaridade no Bolsa-Família aumentou nos últimos 10 anos

Parcela da população na qual estão concentrados os beneficiários do programa teve alta também na adequação entre a idade e a série dos alunos matriculados no ensino fundamental e no ensino médioDe acordo com reportagem da agência Fato Online publicada nesta sexta-feira (17) a escolaridade dos alunos beneficiários do programa Bolsa Família aumentou entre 2003 e 2013. A escolaridade média do estrato mais pobre da população cresceu mais rápido do que no restante do País.

“Nessa década, o avanço na média de tempo que os mais pobres permaneceram na escola teve alta de 2,2 anos, enquanto entre os demais estudantes aumentou 1,3 ano. Apesar de a distância entre os dois grupos ter caído no período, ainda persiste uma diferença. Enquanto os 20% mais pobres estudam, em média, 8,3 anos até os 21 anos de idade, o restante da população estuda 10,3 anos”, aponta trecho do texto.

Outro dado revelado pelo levantamento é que, no período analisado, a adequação entre a idade e a série da população mais pobre evoluiu 21,2 pontos porcentuais, atingindo 54,8% de todos os alunos dessa faixa econômica.

Confira a íntegra da matéria

A escolaridade média do estrato mais pobre da população brasileira cresceu mais rápido do que no restante do país entre os anos de 2003 a 2013. Essa é a constatação de levantamento elaborado pelo MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) com dados do programa Bolsa Família que foram cruzados com números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Nessa década, o avanço na média de tempo que os mais pobres permaneceram na escola teve alta de 2,2 anos, enquanto entre os demais estudantes aumentou 1,3 ano. Apesar de a distância entre os dois grupos ter caído no período, ainda persiste uma diferença. Enquanto os 20% mais pobres estudam, em média, 8,3 anos até os 21 anos de idade, o restante da população estuda 10,3 anos.

Segundo o MDS, o principal motivo desse avanço foi o programa Bolsa Família, já que o período no qual foi realizado o levantamento corresponde à primeira década de existência do programa. “À medida em que o jovem permanece na escola pela condicionalidade [de receber o Bolsa Família], ele abandona menos os estudos. Tem mais frequência”, disse Helmut Schwarzer, secretário Nacional de Renda de Cidadania do ministério.

Analistas consultados pelo Fato Online pontuam que, apesar da importância do programa, ele não pode ser considerado o único responsável pelo avanço demonstrado no estudo. O ex-secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda e atual presidente do Insper (Instituição de Ensino Superior e de Pesquisa), Marcos Lisboa, avalia que outros fatores como avanços no mercado de trabalho e o processo de universalização do ensino básico, iniciado nos anos 1990, além do boom das commodities, que favoreceu a atividade econômica nos anos anteriores, também influenciaram o resultado.

“Não dá para saber qual o peso de cada um, há várias hipóteses e nenhuma conclusão nesse sentido. É claro que o Bolsa Família teve influência, mas não só [o programa]”, avaliou.

Ainda de acordo com Lisboa, o momento econômico vivido na primeira década dos anos 2000 foi de grande avanço na qualidade de vida. “E naturalmente os estratos mais baixos tem uma evolução maior, já que a defasagem nesses grupos era maior”, pondera.

Idade-série

Outro dado revelado pelo levantamento é que, no período analisado, a adequação entre a idade e a série da população mais pobre evoluiu 21,2 pontos porcentuais, atingindo 54,8% de todos os alunos dessa faixa econômica. Os 80% restantes da população estão em 83,1%. Schwarzer argumenta que, especialmente nesse quesito, o Bolsa Família é importante, pelos critérios do programa, que exigem, além da frequência, um bom desempenho escolar.

“No começo, os alunos [do Bolsa Família] têm mais dificuldade em função do pano de fundo socioeconômico. Enquanto os anos vão sendo acumulados, ele acelera o desemprenho mais rápido que o jovem que não tem essa mesma condição”, disse.

Schwarzer acredita que o aumento tanto no tempo que os alunos permanecem em média na escola quanto a adequação entre a idade e a série podem influenciar positivamente o quadro econômico brasileiro. Para ele, com mais instrução e conhecimento, esses alunos estarão mais preparados para exercer profissões de complexidade intermediária, além de que deverão ter salários maiores.“Assim ele consegue assimilar métodos de trabalho mais produtivos. Creio que terá um forte impacto sobre a produtividade”, afirmou.

Porta de saída

Ao longo de uma década de programa Bolsa Família, uma das principais portas de saída do benefício foi o programa MEI (Microempreendedor Individual). De acordo com o secretário Helmut, dos 6,1 milhões de beneficiários que deixaram o programa no período, 500 mil o fizeram para tornar-se microempreendedores individuais.

“Além disso, a melhora da posição da família no mercado de trabalho por meio de acesso à intermediação de emprego e melhora de renda, de maneira mais difusa, também tem sido uma porta de saída”, concluiu.

Com informações do Fato Online

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