Na mídia: Estatal alemã do setor ferroviário pode virar operadora

Trens estrangeiros circulando por ferrovias brasileiras pode ser uma realidade em muito pouco tempo. A  estatal alemã Deutsche Bahn (DB) começou recentemente a atuar no Brasil como consultora e elaboradora de estudos mas, segundo reportagem publicada na edição desta segunda-feira (08) pelo jornal Valor Econômico, a ideia da companhia é expandir os negócios assim que a nova regulamentação para o setor for publicada.

Segundo Dieter Michell-Auli, membro do conselho da Deutsche Bahn International, a empresa vê o Brasil como um de seus mercados prioritários nos próximos anos e já planeja ampliar a presença no país como operadora de trens, já que a nova regulamentação deve liberar transportadores independentes de carga nos trilhos do país

A DB abriu uma subsidiária no Brasil há dois anos – que, até agora, é a única da companhia no continente americano. “Nós acabamos de começar, mas já estamos felizes de alcançar um valor superior a € 1 milhão em faturamento. Temos certeza que vamos crescer rápido”, afirmou o executivo à reportagem do Valor.

Exemplo recente de atuação da estatal alemã no país foi a participação da DB nos estudos de viabilidade, feitos para a Valec, sobre a primeira ferrovia a ser leiloada pelo governo, a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) – entre Campinorte (GO) e Lucas do Rio Verde (MT). O investimento de construção do trecho está previsto em pelo menos R$ 4,9 bilhões.

A matéria assegura que, se confirmados os projetos em andamento, a Valec será responsável por trazer novos interessados privados em movimentar trens nos futuros trilhos e, em consequência, fortalecer as receitas dos cofres públicos. Segundo a reportagem, porém, o edital ainda não foi lançado. A empresa escolhida fará “serviços de consultoria com finalidade de implantação do novo modelo de operação ferroviária na totalidade do sistema ferroviário nacional”.

Logística

Em um segundo momento, a DB tem interesse em virar uma operadora no Brasil. “Quando o marco regulatório do ‘open access’ trouxer a chance de participar na operação, nós obviamente podemos participar”, afirma Michell-Auli. “O Brasil é muito importante para a DB, especialmente em operações de logística. Queremos continuar a crescer e vemos um futuro brilhante no país”.

O executivo disse ainda ao Valor Econômico que a participação da empresa como operadora no Brasil seria em parceria com sócios locais. “Nós não temos ainda todo o ‘know how’ sobre o mercado brasileiro. [Por isso] Estamos definitivamente conversando com vários [potenciais] parceiros”.

O diretor da DB para a América, Gustavo Gardini, acrescenta que a companhia alemã está negociando com transportadores tanto de cargas como de pessoas. “Estamos falando com alguns grupos no Brasil e avaliando oportunidades”, diz.

A Deutsche Bahn faturou € 39,1 bilhões em 2013, com lucro líquido de € 649 milhões. Seu perfil endividamento (dívida líquida/Ebitda) é de 3,2 vezes. A empresa transportou 390 milhões de toneladas em 2013, ou 80% do que o Brasil inteiro carregou por meio de ferrovias no mesmo ano.

Com informações do Valor Econômico

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