Ao registrar o 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, a bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado enfatizou a necessidade de união de esforços para fortalecer a luta por mais vacina, mais comida, emprego e direitos sociais básicos, cada vez mais confiscados e ameaçados pelo governo Bolsonaro.
O dia foi marcado por uma série de mobilizações e protestos organizados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) pelo país e pela campanha PT Solidário, que arrecada alimentos para doação em várias cidades brasileiras.
Para o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), “o cenário caótico que estamos vivendo, com 14,4 milhões de desempregados e mais de 400 mil mortos pela Covid-19, nos une contra um mal maior que senta na cadeira da Presidência da República. É preciso união para vencer o atraso e lutar pelos nossos direitos”.
O senador defendeu ainda que os movimentos sociais sejam criativos para resistir. “É fundamental que, além da resistência, tenhamos um processo de criatividade dos movimentos para podemos refletir nas ruas o protesto contra esse governo que só tira direitos dos trabalhadores e sucateia o Estado brasileiro”, afirmou.
Rogério Carvalho (SE) resumiu o foco da mobilização. “Nossa luta é por democracia, emprego e renda. Nossa luta é pela vida”. O senador comparou as taxas de ocupação atuais com as registradas nos governos Lula e Dilma. “Desemprego bate recorde no governo Bolsonaro. Nos governos do PT, o país registrava a menor taxa de desemprego da história, 4,6%”, lembrou. Ele também lamentou o aumento abusivo de preços de derivados de petróleo. “Somente nos quatro primeiros meses de 2021, o governo já aumentou os preços da gasolina em 46,2%, do diesel em 41,6% e do gás de botijão em 17%”.
Paulo Paim (RS) vê o 1º de Maio como uma data para recarregar as energias e a esperança. “Vamos revigorar a nossa luta em defesa da vida, da justiça social, do emprego e da renda, do meio ambiente, contra o racismo e as discriminações. Vacina para todos! Esperançar o direito de ser feliz na coletividade que nos une”, disse.
Para Humberto Costa (PE), “mais do que nunca, é preciso lutar”. O senador lamentou a destruição do legado petista no governo. “Com Bolsonaro, deixamos de ser o país que tinha orgulho do filho do porteiro que vira doutor para ser o país que acha que ele é problema para economia”, afirmou, em referência ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que criticou a ascenção do pobre à universidade.
O senador registrou também a campanha do MST em Recife. “Meu Recife lindo e de luta acordou assim: vacina no braço, comida no prato. Mais de 20 toneladas de alimentos oriundos da Reforma Agrária estão sendo distribuídos hoje pelo MST na Região Metropolitana”.
Por sua vez, Jaques Wagner (BA) registrou a crise profunda vivida pelo país, marcada pelo luto pela morte de mais de 400 mil brasileiros pela covid-19. ”Nesse contexto, é preciso reafirmar o nosso compromisso de lutar em defesa da democracia e por três bandeiras básicas: empregos, auxílio-emergencial de R$ 600 e vacina. Reforço que essa data, tão simbólica para a classe trabalhadora, deve representar uma celebração das nossas conquistas e esperança no futuro, para juntos vencermos esse momento tão desafiador”, afirmou.
MOBILIZAÇÃO
Neste ano, em razão da pandemia, os tradicionais atos de rua da CUT e centrais sindicais foram organizados em carreatas neste sábado e durante a Semana do Trabalhador, realizadas em cidades do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Paraná e Goiás.
O grande ato nacional foi virtual, o 1º de Maio Virtual da CUT e das Centrais Sindicais. Representantes da CUT Ceará e Distrito Federal também programaram atos online. Todas as atividades tiveram como foco o descaso do governo do presidente Jair Bolsonaro com a vida, com o emprego e com quem tem fome.
Além disso, as atividades incluíram a arrecadação de doações para diminuir o impacto da pandemia e do desgoverno na vida dos trabalhadores, em especial os mais pobres.
O PT Solidário mais uma vez recebeu doações de alimentos e livros nas sedes do partido em várias cidades do país.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também marcou presença neste 1º de Maio com a campanha ”Vacina no Braço, Comida no Prato”, que conta com o apoio do Partido dos Trabalhadores.