Com a palavra de ordem “Resistir a todo custo contra a retirada dos direitos”, no próximo dia 15 de março, cidadãos, centrais sindicais e trabalhadores vão elevar a bandeira da oposição a Temer na defesa da democracia, dos direitos sociais e previdenciários, contra os ataques à Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e a ampliação da terceirização, além da defesa da soberania nacional.
Para essa data está marcada uma mobilização geral no País contra a agenda de retirada de direitos patrocinada pelo governo que assumiu o poder após a retirada da presidenta Dilma Rousseff do cargo obtido com mais de 54 milhões de votos.
Para o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadoras (CUT), Vagner Freitas, o 8 de março foi uma demonstração da resposta que está por vir aos golpistas, a começar, pelo próximo dia 15, quando todas as centrais sindicais brasileiras e movimentos sociais do campo e da cidade promoverão o Dia Nacional de Paralisação.
Na avaliação de Vagner Freitas, a reforma trabalhista começa a ganhar visibilidade ao mesmo tempo em que cresce a insatisfação com o roubo da aposentadoria promovido por Temer.
“Não à toa partidos da base governista avaliam que essa reforma [da Previdência] não consegue passar no Congresso. Temos condições de transformar o 15 de março numa trincheira em defesa da aposentadoria como política pública e parte da Seguridade Social e não um ativo para ser comprado em agência bancária”, avalia o presidente da CUT.
A Força Sindical – entidade que apoiou o golpe no Parlamento – divulgou artigo do deputado federal e presidente da Central convocando para as manifestações agendadas para o próximo dia 15.
De acordo com agenda publicada no portal da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), 19 estados confirmaram atos, greves e paralisações para o próximo dia 15.
O presidente da CTB, Adilson Araújo, informou que a CTB está “fortemente engajada na luta contra o pacote do governo federal”. Ele ainda pede aos cidadãos que pressionem os parlamentares contra a possibilidade de aprovação “deste enorme retrocesso”.
Trabalhadores da educação cruzam os braços
As manifestações que ocorrerão por todo o País durante o dia 15 contarão com a forte adesão dos professores, convocados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “Contra a Reforma da Previdência – extremamente danosa à carreira do magistério – professores paralisam suas atividades por tempo indeterminado”, anunciam os professores em seu site nacional.
“Convidamos não só os educadores, mas todos os trabalhadores a se juntarem a nossa causa. Todos sairemos perdendo com a aprovação da Reforma da Previdência proposta por esse governo. Vamos parar o País para conseguirmos a manutenção dos nossos direitos”, afirma o presidente da CNTE, Heleno Araújo Filho.
A medida pretende acabar com a aposentadoria especial do magistério tanto para os novos concursados como para quem tem menos de 45 anos, no caso de professoras, e menos de 50 anos, no caso de professores. Quase 70% da categoria dos profissionais do magistério, em efetivo trabalho na docência, deixará de ter direito à aposentadoria especial, sendo 66,48% de professoras (1.164.254) e 82,09% de professores (357.871) que se encontram abaixo da linha de corte prevista pelo governo.
O Setorial de Educação do PT que esteve reunido no último final de semana também decidiu apoiar a paralisação marcada para o próximo dia 15 e solicitará o apoio de prefeitos e governadores à pauta dos trabalhadores.
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