O Congresso Nacional reuniu-se nesta segunda-feira (16/04) em sessão solene, para homenagear o Dia do Índio, celebrado em 19 de abril. Parlamentares e convidados lembraram a contribuição dos índios para a cultura brasileira e listaram os principais problemas enfrentados pelas diversas etnias no Brasil. Entre eles, o assassinato de índios kaiowá, no Mato Grosso do Sul, o suicídio de jovens na aldeia Carajá, na Ilha do Bananal, em Tocantins, e a disputa de terra entre fazendeiros e índios Pataxós, no sul da Bahia.
O senador Paulo Paim (PT-RS) fez um alerta sobre o aumento do número de casos de suicídio entre indígenas. Segundo ele, entre 2003 e 2010, apenas
O parlamentar gaúcho atribuiu o aumento dos casos de suicídio à “extrema situação de violência a que estão submetidos esses povos”. Entre 2003 e 2010, ainda de acordo com Paim, foram assassinados 250 índios e ocorreram 190 tentativas de assassinatos, apenas
À tarde, o senador petista Jorge Viana (AC) destacou a importância da luta de brasileiros pelos direitos indígenas e a luta de professores indígenas no Acre, que estão investindo na educação de suas comunidades ao investir em sua própria educação. “Todos os professores indígenas fizeram ou estão fazendo faculdade no Acre e isso nos enche de orgulho”, disse Viana, durante pronunciamento
Durante a sessão solene,vários parlamentares criticaram a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai), pela falta de funcionários e de postos de atendimento, pela destinação de dinheiro para ONGs e pela ausência de investimentos em programas de saúde, educação e saneamento. Os parlamentares reconheceram, porém, avanços na política indigenista e comentaram estudos recentes que comprovam aumento da população indígena ao longo das últimas décadas.
Rio +20
Marcos Terena, professor de Conhecimento Tradicional e Espiritualidade na Cátedra Indígena Internacional, disse ter esperança de que os brasileiros aprendam muito com os índios. Terena anunciou a montagem de três ocas na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), prevista para junho no Rio de Janeiro.
Uma das ocas, informou, será dedicada a temas como mudança climática e erradicação da pobreza sob a ótica indígena. Terena disse que o conceito de pobreza para o índio é diferente: um homem que precisa andar em carro blindado, por exemplo, é considerado pobre pelos índios.
Uma das ocas é a tradicional e vai levar à conferência das Nações Unidas os conceitos da engenharia indígena. A terceira oca é tecnológica e vai transmitir ao vivo conhecimentos indígenas para todos os países participantes do evento.
Com informações da Agência Senado