Reforma agrária

No Senado, Incra defende política de assentamentos do governo Lula

Especialistas do órgão apresentaram dados que confirmam redução de conflitos e tensões no campo. No ano passado, pouco mais de 50 mil famílias foram assentadas

Alessandro Dantas

No Senado, Incra defende política de assentamentos do governo Lula

Representes do Incra apontaram que política de assentamentos do governo Lula reduziu número de conflitos no campo

Representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) defenderam, em audiência pública da Comissão de Agricultura (CRA) do Senado nessa quarta-feira (19/6), os resultados dos assentamentos promovidos pela entidade – apesar dos recursos limitados -, o que consideram essencial para reduzir os conflitos no campo.  

Segundo o presidente do Incra, mesmo com baixo orçamento e funcionários desmotivados, ano passado a autarquia assentou 50,9 mil famílias, das quais 24 mil foram regularizadas. 

Maíra Coraci Diniz, defensora pública e diretora da Câmara de Conciliação Agrária do Incra, exibiu estatísticas do Sistema de Controle de Tensões e Conflitos Agrários (CTCA) que mostram, em 2020 e 2021, um aumento expressivo de registros classificados como de tensões e conflitos — em seguida, os índices caíram em 2022 e 2023.  

Ela atribuiu o aumento naquele período às consequências da pandemia de covid-19 e à paralisação da política de reforma agrária. 

“O que importa na diminuição dos conflitos é dar uma resposta às famílias vulneráveis que estão sem moradia e sem capacidade de produção”, disse. 

No mesmo sentido, o secretário de Governança Fundiária do MDA, Moisés Savian, citou relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), elaborado em 2022, que apontava a gestão no setor fundiário como de “alto risco” da administração pública.  

Ele explicou a política de governança fundiária do governo Lula, que considera tratar de um ativo estratégico do Brasil, e defendeu o programa oficial de crédito fundiário. 

“No primeiro ano de acesso a crédito, há um aumento de renda da família de 177%”, destacou. 

O diretor de Governança Fundiária do Incra, João Pedro Gonçalves da Costa, ressaltou que o instituto enfrentou uma situação desfavorável em governos anteriores, mas defendeu o esforço dos servidores e o resultado dos projetos de assentamento. 

“Temos um compromisso com a transparência, com a reforma agrária, com a democracia e de fazer aquilo que as regras brasileiras garantem”, enfatizou. 

Beto Faro (PA), líder do PT no Senado, destacou o fato de o governo Lula ter conseguido administrado favoravelmente os conflitos de terra no país. O parlamentar ainda desmentiu uma informação que tem sido disseminada por grupos de desinformação sobre o atual governo ter modificado as regras para desapropriação de terras no país para a reforma agrária. 

“Não há nenhum decreto do presidente e nenhuma regra nova foi estabelecida. Não há nenhum risco nessa questão”, explicou o senador. 

Com informações da Agência Senado

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