Nos estados mais ricos, sobe a concentração de renda

São Paulo, Minas e Paraná atrasam a redução da desigualdade no País e a melhora do índice de Gini, segundo Marcio Pochmann, da Fundação Perseu Abramo.

Nos estados mais ricos, sobe a concentração de renda

Marcio Pochmann: “Se todas as unidades da
federação reduzissem a desigualdade na
distribuição de renda, o índice Gini poderia
ter caído mais rapidamente no Brasil”

Segundo estudo divulgado nessa terça-feira (01), pela Fundação Perseu Abramo (FPA), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os estados mais ricos como São Paulo, Minas Gerais e Paraná elevaram a desigualdade de renda em 2012.

A partir das informações disponibilizadas pelo IBGE, por meio da Pnad, a Perseu Abramo destaca que o Brasil segue a trajetória recente de redução na desigualdade. No ano de 2012, houve queda de 0,4% no índice Gini em relação a 2011 – abaixo de 0,5, o menor de toda a série registrada no Brasil pelo IBGE desde o ano de 1960. A Fundação ressalta ainda que o crescimento, a redução da pobreza e da desigualdade na renda do trabalho ocorre no Brasil a despeito da crise financeira mundial de 2008 e agravada em 2011.

Marcio Pochmann, presidente da FPA, alerta, no entanto, para o patamar elevado da concentração de renda registrada em alguns estados brasileiros. Isso ocorre em estados tradicionalmente mais pobres como é o caso do Maranhão e Piauí. Porém, chama ainda mais atenção o fato de os estados mais ricos da federação, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná elevarem a desigualdade de renda em 2012.

“Certamente, se todas as unidades da federação reduzissem a desigualdade na distribuição de renda, o índice Gini poderia ter caído mais rapidamente no Brasil. Há algo a ser mais bem analisado em relação a determinados estados da federação que não conseguem seguir o mesmo sentido do que vem ocorrendo no Brasil como um todo. Isso parece ser o caso dos sete estados apontados, especialmente dos mais ricos que regrediram na repartição da renda em 2012”, salientou a Perseu Abramo em seu estudo.

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Vale ressaltar que estes estados são governados pela oposição ao Governo Federal – todos do PSDB, Geraldo Alckmin, de SP; Antonio Anastasia, de Minas, e Beto Richa de PR – e costumeiramente resistem a firmar convênios e parceiras com a União para a adoção de políticas públicas, como é o caso do Bolsa Família.

O dado apontado por Pochmann e divulgado pela Perseu Abramo foi ignorado pela imprensa brasileira, em suas reportagens sobre o Pnad 2012. Apenas o PT no Senado chama a atenção para o fato.

Clique aqui para ler o estudo Comunica 5 da FPA

Marcio Pochmann comentou os dados do Pnad

 

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