Mais um trimestre se passou e a economia brasileira não dá sinais de se mover. Na última sexta-feira (30), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números do desemprego no Brasil para o trimestre de agosto-setembro-outubro de 2019, comprovando que o desemprego não dá sinais de diminuir, com 12,4 milhões de pessoas sem trabalho.
Em termos percentuais os 11,6% de desocupados do último trimestre comprovam a “estabilidade estatística” do desemprego, não só em relação ao trimestre anterior (11,8%) quanto em relação ao mesmo trimestre de 2018 (11,7%).
A renitência dos números desanimadores são resultado da aposta numa política de arrocho que substitui os necessários investimentos públicos para estimular a economia por cortes de políticas sociais e medidas que reduzem ainda mais a capacidade de sobrevivência dos brasileiros.
Recodes negativos
Os números foram auferidos pela Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (PNAD-Contínua, que revela uma sucessão de recordes negativo no mercado de trabalho. O primeiro: nunca houve tanta gente sobrevivendo do trabalho precário, sem qualquer direito ou garantia.
São pessoas que subsistem trabalhando sem carteira assinada e por conta própria, como vendedores ambulantes, por exemplo.
A PNAD-Contínua mostra que o número de empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado chegou a 11,9 milhões de pessoas. O número representa uma alta 2,4% em relação ao mesmo trimestre de 2018.
Outro recorde foi na quantidade de trabalhadores por conta própria, que chegaram a 24,4 milhões de pessoas, alta de 3,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Remuneração menor que em 2014
Além de menos direitos, garantias e certeza de que haverá trabalho e renda no dia seguinte, os brasileiros e brasileiras também não veem sinais de melhoria na remuneração. No trimestre agosto-setembro-outubro de 2019, o rendimento médio mensal real, considerando todos os trabalhos das pessoas ocupadas, foi de R$ 2.317,00.
Esse valor fica abaixo do registrado no mesmo trimestre de 2014, último ano antes do bombardeio conservador contra os governos petistas — aquele ano em que o Brasil conheceu o pleno emprego, com 4,6% de taxa de desocupação— quando a média de rendimento do trabalho estava R$ 2.324,00.
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