OCDE: Brasil tem melhoras significativas na educação

O PISA, principal exame internacional do ensino fundamental, mostra que País foi o que mais avançou em matemática.

OCDE: Brasil tem melhoras significativas na educação

O relatório mostra ainda bons avanços na
inclusão dos alunos
(www.tribunahoje.com.br)

O desempenho educacional do Brasil apresentou melhorias “significativas” no PISA, o principal exame internacional da educação básica, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que organiza o exame. De acordo com o relatório da entidade, divulgado, nesta terça-feira (03), o País foi o que mais evoluiu em matemática dentre os 65 países que tiveram seus estudantes de 15 anos avaliados no ano passado.

Matemática é a disciplina em que alunos brasileiros costumam demonstrar maiores dificuldades nos exames. Na avaliação mais recente, divulgada nesta terça-feira (3), as notas alcançaram 391 pontos, contra os 356 registrados em 2003. Em leitura, o progresso foi maior: a nota passou de 396, em 2000, para 410. Neste caso, a melhora também ocorreu entre o grupo de estudantes que tinha mais dificuldades. E os dados mostram que ela se deveu às melhorias econômicas, sociais e culturais ocorridas entre a população de estudantes no período.

As meninas superam os meninos em leitura, com em média 31 pontos a mais na avaliação — essa diferença entre os gêneros aumentou desde 2000, mas é menor do que a observada na média das nações avaliadas. Já em matemática os meninos obtiveram uma avaliação superior 18 pontos em média às notas alcançadas pelas meninas.

Inclusão e satisfação

O relatório mostra ainda bons avanços na inclusão dos alunos: entre o PISA realizado em 2003 e o feito em 2012, o número de estudantes de 15 anos matriculados subiu de 65% para 78% e o país adicionou 425 mil estudantes de 15 anos nas últimas séries do ensino fundamental, um aumento de 18%, o segundo maior, atrás apenas da Indonésia. “Muitos dos estudantes que estão agora inclusos do sistema educacional vêm de áreas rurais ou de famílias pobres, então o perfil da população participante na prova entre 2003 e 2012 mudou”, destaca a OCDE.

Pela primeira vez neste ano, a avaliação questionou os estudantes sobre como eles se sentiam na escola. Entre os alunos brasileiros, 85% disseram se sentir felizes (a média dentre os 65 países foi de 80%), 73% se disseram satisfeitos com as escolas (ante uma média de 78%). Mas apenas 39% consideraram que as condições de estudo são ideais – entre os outros países, essa proporção foi de 61%. O número de estudantes que afirmou que se sente sozinho na escola, dado já registrado nos outros anos, saltou de 8% para 19%. Mesmo assim, os estudantes brasileiros se mostraram mais motivados do que estudantes dos outros países: enquanto a média de estudantes que afirmaram ter interesse no que aprendem em matemática foi de 53% entre as 65 nações, no Brasil a proporção foi de 73%.

“Vitória”.

O PISA é aplicado a cada três anos a estudantes de 15 anos – perto de concluírem o ciclo básico de ensino – para analisar até que ponto os alunos aprenderam conceitos e habilidades consideradas “essenciais para a completa participação em sociedades modernas”, segundo a OCDE. Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante os números apurados na edição 2012 da avaliação representam uma “grande vitória” para a educação no Brasil, afirmou, em entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira, durante o anúncio dos resultados.

Muito a melhorar

Apesar dos avanços, o PISA aponta que ainda há muito a melhorar na educação brasileira. Embora tenha sido o País que mais ampliou sua nota, o Brasil ainda ocupa a 58ª posição entre os 65 países participantes da última edição, duas posições a menos que em 2009, e mais de 100 pontos abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 494 pontos.

 

“A fotografia não é boa, mas o nosso filme é muito bom. (…) Não temos que acomodar, temos que ser rigorosos, tomando medidas cada vez mais rigorosas para avançarmos. (…) Partimos de patamar baixo, apesar de sermos o país que mais evoluiu, temos que ser rigorosos, se não nós não estaríamos tomando mais medidas para tentar melhorar o ensino médio, que é o maior desafio do ensino”, avaliou Mercadante.

 

As provas do Pisa duram até duas horas e as questões podem ser de múltipla escolha ou dissertativas. Em alguns países, incluindo o Brasil, uma amostra dos estudantes também fez provas em computadores. O exame foi aplicado a uma amostra de alunos matriculados na rede pública ou privada de ensino a partir do 7° ano do ensino fundamental. Além de responderem às questões, os jovens preencheram um questionário com detalhes sobre sua vida na escola, em família e suas experiências de aprendizagem.

Em 2012, o Pisa foi aplicado a 510 mil alunos em 60 países que, segundo a OCDE, representam estatisticamente cerca de 28 milhões de estudantes de 15 anos. No Brasil, 19.877 alunos de 837 escolas completaram o exame, segundo o estudo.

As questões avaliam três áreas do conhecimento: matemática, leitura e ciências. Este ano, o foco da avaliação foi matemática. A média aritmética de desempenho nessas três áreas em 2012 foi de 402, um ponto acima da média alcançada em 2009.

Com agências onlines

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