Odair: tentativas de corromper governo do DF naufragaram

Contratos da Delta na coleta de lixo e bilhetagem eletrônica no transporte coletivo não foram aprovados como a rede criminosa gostaria.

“Ficou evidente que nenhuma incursão do grupo de Carlinhos Cachoeira no governo do Distrito Federal obteve os resultados que o grupo pretendia”. Assim o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), resumiu o depoimento de Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal nesta quinta-feira (28/06).

Ele lembrou que nem o contrato da empresa Delta para a coleta de lixo e nem o edital para bilhetagem eletrônica no transporte coletivo do DF foram aprovados como o grupo gostaria. Nesse último caso, disse o relator, “o edital que prosperou não era o que interessava ao grupo de Cachoeira”

Odair Cunha disse que Monteiro contribuiu muito com o processo de investigação ao prestar os esclarecimentos necessários. E resumiu: “Não vamos dar atestado de bons antecedentes para nenhuma pessoa que venha a essa CPMI, mas o dado concreto é que ele (Monteiro) veio, mostrou sua indignação com os fatos, deu informações relevantes”.

O deputado acrescentou que não há, de fato, qualquer interceptação telefônica onde apareça a voz do ex-chefe de gabinete de Agnelo. Mas fez uma ressalva: “É claro que nós precisamos identificar as pessoas que estavam na estrutura do governo e de alguma forma contribuíram com a organização criminosa e nós vamos continuar investigando”, garantiu.

Novos áudios

O relator também falou sobre o conteúdo de novas interceptações telefônicas divulgado nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, gravações da polícia mostram que Cachoeira acreditava ter conseguido “portas abertas” no governo com a compra da casa de Perillo.

Há, ainda, uma conversa entre o ex-vereador Wladimir Garcez, que seria “o laranja” na compra da casa de Perillo e Carlinhos Cachoeira. Na conversa, Garcez teria perguntado se Cachoeira quer falar com o governador durante a entrega dos cheques da compra da casa, o que indicaria que Perillo sabia quem era o real comprador, apensar de ter negado o fato à CPI durante seu depoimento, há cerca de duas semanas.

“Essa história sobre a casa está bem elucidada no que diz respeito a quem comprou a casa e às relações que se estabelecem com a venda dessa casa. Os áudios só confirmam ainda mais a versão que nós estamos buscando provar”, afirmou o relator.

Com informações da Agência Senado

Catharine Rocha e Giselle Chassot

Ouça a entrevista do relator

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