Vingança eleitoral

Ódio oficial: governo tira água de 1,6 milhão de nordestinos

Senadores reagem com indignação à denúncia de corte de verbas do governo federal para a Operação Carro-Pipa, que há 20 anos leva água potável ao semiárido do Nordeste
Ódio oficial: governo tira água de 1,6 milhão de nordestinos

Foto: Jonatas Viza

Quem acompanhou a campanha eleitoral na TV viu o tamanho da falsidade estampada na cara do atual presidente ao pedir votos do Nordeste, região onde as pesquisas já antecipavam a derrota acachapante para o presidente eleito Lula, confirmada em 30 de outubro. Agora, Bolsonaro volta ao normal e mostra todo seu ódio ao Nordeste, numa espécie de vingança com requinte de crueldade: o governo federal cortou os recursos da Operação Carro-Pipa, que há duas décadas garante água potável a 1,6 milhão de brasileiros do semiárido nordestino.

O senador Humberto Costa (PT-PE) reagiu indignado. “É mais um ataque ao povo nordestino, que não se curvou a essa corja de bandidos que está no poder. Não vamos permitir que a nossa região seja prejudicada por esse governo cruel e incompetente”, afirmou.

Conforme denuncia publicada pelo portal UOL, só havia recursos para fornecer água até o último dia 15, como comprova documento do Exército enviado a dois dos oito Estados atendidos pela Operação Carro-Pipa. O programa é executado numa parceria entre o Exército e o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que informou ter alertado o Ministério da Economia sobre a falta de recursos, mas não teve retorno. A reportagem ouviu autoridades locais, pipeiros e moradores, todos pegos de surpresa.

O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), considera acionar meios legais para garantir o abastecimento da região. “Acesso à água é um direito humano básico. Vamos tomar as providências cabíveis para resolver mais esse desserviço contra a população. Ainda bem que a incompetência e a leviandade desse governo estão com os dias contados”, afirmou.

A senadora eleita pelo PT de Pernambuco, Teresa Leitão, também foi às redes criticar a suspensão do programa. “Mais uma desse governo que, felizmente, está no fim. O Exército parou de fornecer água em caminhões-pipa. Razão? Falta de dinheiro. Nada menos que 1,6 milhão de pessoas no sertão nordestino dependem dessa água”, lamentou.

Já o senador Jean Paul Prates (PT-RN) creditou o descaso oficial ao sumiço do presidente derrotado Bolsonaro. “Enquanto alguns se trancam no Palácio, o Brasil vai de mal a pior. Na torcida para que os dias passem rápido e o país possa ter novamente um presidente de verdade.”

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