Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Ação coordenada é chave no combate ao crime organizado
Em uma ação histórica e coordenada, a Polícia Federal e o Ministério Público deflagraram a Operação Carbono Oculto. A operação, considerada a maior do país contra o crime organizado em sua dimensão financeira, envolveu 1400 agentes para desarticular um esquema bilionário do PCC que utilizava o setor de combustíveis e o mercado financeiro para lavar dinheiro.
O presidente Lula destacou que o trabalho integrado, iniciado com a criação do Núcleo de Combate ao Crime Organizado no Ministério da Justiça, permitiu atingir o núcleo financeiro que sustenta as atividades criminosas. “Nosso compromisso é proteger cidadãos e consumidores: cortar o fluxo de dinheiro ilícito, recuperar recursos para os cofres públicos e garantir um mercado de combustíveis justo e transparente, com qualidade e concorrência leal”, afirmou o presidente.
O senador Humberto Costa também se manifestou, elogiando a ação como um resultado do investimento do governo na integração das forças de segurança. “A operação de hoje foi um grande exemplo de como o estado brasileiro está lutando para desbaratar as organizações criminosas e seus tentáculos sociais”, declarou o senador.
A operação chama a atenção para a necessidade de aprimorar os mecanismos de controle dos fluxos financeiros, o que é prioridade do governo, mesmo contra tentativas da direita. Instrução normativa da Receita Federal foi criada para aumentar a fiscalização de transações digitais. A medida, que exigiria que fintechs e outras instituições financeiras reportassem movimentações acima de R$ 5 mil e R$ 15 mil, foi suspensa após uma campanha criminosa de desinformação popularizada.
A revogação da regra deixou uma lacuna regulatória que, conforme as investigações, foi explorada pelo crime organizado, permitindo que as fintechs atuassem como um “banco paralelo” para o PCC, movimentando bilhões de reais sem o devido rastreamento.
“Lá atrás, o governo tentou ampliar a finalização sobre transferências via pix por essas instituições financeiras, exatamente para impedir esses crimes, mas acabou sendo impedido por uma série de vídeos com fakenews”, lembra o senador Jaques Wagner, líder do governo no Senado.