“A programação da “mídia globalizada”, |
O senador Paulo Paim (PT-RS) chamou a atenção, nesta segunda-feira (14), para o desenvolvimento precoce das crianças brasileiras. Essa precocidade, calcada tanto na formação escolar como na educação familiar e na programação dos meios de comunicação, prejudica o crescimento integral da criança, afirmou.
“Estamos no início do século 21 e, mesmo diante de melhores e maiores conquistas na área, ainda reproduzimos modelos que dificultam o pleno desabrochar da infância”, afirmou Paim, para quem isso acontece em função de uma preparação cada vez maior das crianças para representar os papéis da vida adulta.
O petista afirmou que a escola, “local privilegiado de recepção das crianças e fonte de preparação para a vida, não perece ter bem claro que essa preparação não passa unicamente pelo aprendizado de conteúdos”.
“É preciso solidariedade, amor, carinho. Preparar para a vida é dar ou devolver à criança sua vida de criança. A criança tem de ter o direito de ser criança – afirmou, para quem “a má educação pode ser responsável por seres humanos incompletos, convocados de forma súbita, e às vezes brutal, para o mundo dos adultos”, emendou.
Paim ainda lembrou que a escola tem uma participação fundamental, mas não é o único ponto problemático. A estrutura familiar muitas vezes falha ao garantir à criança a segurança, o afeto e o amor indispensáveis para um perfeito desenvolvimento infantil. Já a programação da “mídia globalizada”, notadamente a televisão, traz às crianças erotismo barato, banalidades e entretenimentos que são elevados à condição de coisas sérias, quando efetivamente não o são.
“A qualidade da programação nem sempre demonstra o cuidado pedagógico com a formação da mentalidade infantil”, afirmou Paim.
O senador lembrou também a necessidade de se extinguir o trabalho infantil. Ele citou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), segundo a qual 168 milhões de crianças trabalham diariamente. No Brasil, apenas o trabalho doméstico ocupa 267 mil crianças.
“Temos diante de nós uma realidade de violação de direitos das crianças que merece uma análise profunda. Temos uma realidade que exige medidas voltadas para romper com o quadro de trabalho, da violência sexual, do número de jovens em conflito com a lei, do desrespeito à liberdade de expressão, da questão do pensamento, de consciência e de crença e o número de jovens e crianças que são assassinados. Isso sem esquecer os problemas de discriminação que sofrem as crianças negras, pardas, índias, pobres e também as crianças com deficiência”, apontou.
Com informações da Agência Senado
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