Em pronunciamento nessa quarta-feira (17), o senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu que o novo auxílio emergencial seja definido pelo governo em, no mínimo, R$ 600. Na opinião dele, se prevalecer o valor de R$ 250, como está sendo noticiado, os beneficiários não terão condições nem de comprar uma cesta básica de alimentos.
Para o senador, é preciso fazer algo para enfrentar “a situação caótica atual, salvar vidas e garantir o mínimo de dignidade aos brasileiros, que sofrem com as milhares de mortes, a destruição de famílias, a falta de UTIs e os sonhos perdidos e projetos interrompidos”.
“São milhões de casos. Vacinamos até agora muito pouco, nem 5% da população. O desemprego atual é um dos maiores de toda a nossa história. Oficialmente, é de mais de 14 milhões, mas nós sabemos que ele pode estar próximo de 20 milhões. Há mais de 60 milhões de brasileiros vivendo na extrema pobreza”, alertou.
Paim aproveitou para citar dados que mostram a diferença dos gastos do Brasil com o de outros países, referentes ao combate à pandemia e à crise econômica dela decorrente, em 2020.
De acordo com o senador, o Brasil destinou um valor correspondente a 11,2% do produto interno bruto (PIB) para esse fim. A França, 37,5%; o Japão, 63,7%; os Estados Unidos, com um pacote de US$ 900 bilhões aprovado no final de 2020, 35,2%; a Itália, 58%; a Alemanha, 54,2%; o Reino Unido, 41,6%; a Coréia do Sul, 14%; o Chile, 20,6%; o Peru, 19,6%; e a República Dominicana, 14,7%.
Por fim, ele também voltou a cobrar a votação do PL 4194/2020, que regulamenta a renda básica de cidadania, prevista na Lei 10.835, de 2004, e do PL 12/2021, que prevê a quebra temporária de patente de imunizantes, remédios e insumos usados no combate à pandemia, bem como a retomada da política de valorização do salário-mínimo.
“Já foi de US$ 350, hoje vale menos que US$ 200. O salário-mínimo continua sendo o melhor instrumento de distribuição de renda. Todos ganham, assalariados, comércio, prefeituras, governo. A roda da economia gira”, destacou.