Senador atribuiu o resultado ao esforço do governador Tarso Genro para superar anos de estagnação
Na tribuna, Paim citou pesquisa em que |
Durante a sessão não deliberativa desta sexta-feira (25), reservada exclusivamente para os pronunciamentos dos parlamentares, o senador Paulo Paim (PT-RS) fez alguns registros, como o de reportagem publicada ontem pelo Jornal do Comércio, de Porto Alegre, sobre pesquisa feita pelo diário inglês Financial Times apontando o Rio Grande do Sul como um dos estados mais promissores do continente sul-americano. “O levantamento apontou 25 estados do futuro e há inúmeras recomendações para que se invista no Rio Grande”, afirmou.
De acordo com a pesquisa, o estado está à frente de Minas Gerais, na 11ª posição, e do Paraná, na 12ª, enquanto São Paulo lidera. Mas, ao observar os recortes feitos no estudo, entre os estados com população superior a quatro milhões de habitantes, o Rio Grande via da 9ª para a 7º posição. Na prática, foram apontadas quais dentre 237 regiões, com governos autônomos, incluindo as capitais de Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina), apresentam condições de receber investimentos. “Estamos entusiasmados por mostrar o novo perfil do estado, por sua capacidade de atrair investimentos, gerar empregos e diversificar sua matriz produtiva”, destacou.
Paim elogiou o esforço diário do governador petista Tarso Genro em mudar o quadro regional de estagnação de quase trinta anos, quando estabelece políticas voltadas ao desenvolvimento econômico e social. Segundo o senador, a perspectiva de mudança traz um ânimo muito forte para as empresas já instaladas e as interessadas em aproveitar pontos demonstrados pela pesquisa do Financial Times: potencial econômico, capital humano, infraestrutura, ambiente propício aos negócios e estratégia de atração de novos investimentos e empreendimentos.
“Dentro dessas estratégias, o Rio Grande é de fato atrativo não só dentro do Brasil. É o sexto colocado do continente em potencial econômico, o oitavo em infraestrutura. A pesquisa mostra as iniciativas de qualificação de mão de obra como fundamentais para o cenário favorável”, disse Paim. Embora a situação do estado mereça elogios, na avaliação do senador a tendência é melhorar substancialmente a partir da aprovação do projeto (PLC nº 99/2013) estabelecendo a troca dos indexadores das dívidas estaduais.
Atualmente, a dívida do Rio Grande do Sul equivale a R$ 47 bilhões. Em 1999, quando o contrato com a União foi fechado, a dívida era de R$ 7 bilhões e nesse período foram pagos R$ 17 milhões em juros. O índice IGP-DI mais 9% ao ano é pernicioso, segundo Paim, pois a dívida só aumenta, apesar das amortizações pagas. O projeto prevê a substituição do IGP-DI mais 9% ao ano para o IPCA mais 4% ao ano ou a Taxa Selic. “O projeto foi aprovado na Câmara e está desde dezembro no Senado. Me garantiram votar em dezembro, depois em fevereiro, março, abril e agora se fala em votar até junho. Mas espero para maio a grande decisão desta Casa sobre as dívidas estaduais”, observou.
Idoso
O senador Paulo Paim também fez, durante o discurso, um alerta para as manifestações de setores conservadores da sociedade interessados em mudar o Estado do Idoso sob a justificativa de que direitos assegurados seriam prejudiciais para a economia. “Os direitos acordados e previstos pela Constituição não podem ser considerados privilégios. Quais privilégios os idosos têm se, quando aposentam, a maioria recebe um salário mínimo. Vamos parar com essa piada de mau gosto, de falar que idoso tem privilégio se na verdade é tratado como copo descartável”, criticou.
Paim afirmou ser uma violência reconceituar o idoso. “Os idosos e idosas foram os construtores da riqueza desse País e não aceitamos os argumentos para compactuarmos com setores conservadores, que alegam aumentos do custo do setor empresarial”, afirmou. “O desmonte do estatuto é interesse do neoliberalismo em curso, assim como o desmonte da política de assistência social, aqui no parlamento muito bem representado por setores da sociedade civil”.
Paim citou pesquisas do IBGE apontando a importância dos aposentados e suas respectivas aposentadorias em 75% dos municípios brasileiros, fundamentais para movimentar e fazer crescer as economias locais.
Marcello Antunes
Confira matéria sobre a pesquisa do Financial Times, publicada no Jornal do Comércio