Marcello Antunes
30 de novembro de 2016 | 16h30
Foto: Alessandro Dantas
Numa reunião na tarde desta quarta-feira (30), com a presença de representantes de praticamente todas as centrais sindicais, o senador Paulo Paim (PT-RS) explicou que seu relatório sobre o projeto que regula a terceirização no Brasil está quase pronto. É um relatório complexo por fazer uma análise, detida, de vários artigos definindo as atividades que podem e não podem ser terceirizadas. Por causa dessa complexidade, Paim defende que a votação em plenário seja feita no ano que vem, e isso tem o aval das centrais. Essa possibilidade será levada ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) na próxima semana e o projeto em questão é o PLS nº 339/2016.
“Nesse encontro com as centrais e confederações chegamos ao entendimento que o relatório, construído mediante um roteiro que todos nós fizemos nos 27 estados, estaria pronto para ser entregue ao presidente do Senado na semana que vem. O relatório é complexo, são dezenas de artigos, e vamos ver com ele se é possível deixar para votá-lo no primeiro semestre do ano que vem”, informou.
Segundo Paim, esse é o caminho mais razoável na visão dos representantes das centrais e das confederações de trabalhadores presentes ao encontro. Sobre a pressa demonstrada pela base do governo Temer de votar esse projeto que trata das terceirizações, de afogadilho, o senador é pontual: “O apressado come cru ou, como dizia Leonel Brizola, comer mingau quente sem se cuidar, comendo pelas beiradas, vai se queimar”.
O senador entende que ninguém pretende produzir e votar a toque de caixa uma proposta que envolve, querendo ou não, mais de 50 milhões de trabalhadores, entre terceirizados e não terceirizados. “Esse contingente está na expectativa se o nosso relatório vai ser positivo ou negativo. Ele só pode ser positivo para garantir direitos e não retirar”, destacou.
Em relação à possibilidade de o Congresso Nacional ser convocado em janeiro, portanto durante o recesso parlamentar, para discutir a reforma da previdência a ser encaminhada pelo governo Temer, Paim avalia ser esta uma iniciativa temerosa. “Acho que discutir a previdência num momento desses, de crise, numa época em que as pessoas estão de férias, se deslocando, não é recomendável. O bom seria manter o trâmite normal a partir de fevereiro”, defendeu.
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