Para CNI, investimentos da indústria crescerão 8% neste ano

O setor irá contribuir com 1,5 ponto percentual na expansão PIB.

Para CNI, investimentos da indústria crescerão 8% neste ano

Indicadores apontaram um aumento de 26,7% na geração de empregos formais em agosto, o que tende a reduzir ainda mais a taxa de desemprego, hoje em 5,1% da população economicamente ativa.

Para a Unidade de Política Econômica da CNI,
o crescimento é sustentável e vem do investimento

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quarta-feira (25) o Informe Conjuntural relativo ao terceiro trimestre deste ano, com boa sinalização para a economia brasileira, já que em suas estimativas os investimentos crescerão 8% neste ano e contribuirão com 1,5 ponto percentual na expansão do Produto Interno Bruto (PIB). A entidade, que representa o conjunto das federações da indústria, também elevou suas estimativas para o PIB, para 2,4%, enquanto que a indústria, no geral, deve expandir 1,4%.

Ainda não se sabe qual vai ser o enfoque que a mídia dará para essa previsão da indústria. No começo do ano, alguns analistas apostavam que esse segmento da economia teria um desempenho pífio neste ano, sem, no entanto, analisar o impacto positivo das medidas adotadas pelo governo da presidenta Dilma para reaquecer a economia, medidas como a desoneração da folha de pagamentos e algumas isenções tributárias.

Para o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, os dados colhidos neste terceiro trimestre são um bom sinal, apontando o que é mais importante: o crescimento é sustentável e vem do investimento. “É preciso assegurar um ambiente adequado para os investimentos e materializar as oportunidades na área de infraestrutura”, disse ele.

O executivo da CNI está correto e praticamente tem acompanhado com atenção os sinais emitidos pela equipe econômica do governo, ou seja, os investimentos que as indústrias estão fazendo, quando compram novas máquinas, na chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), dão resultado no médio e longo prazo. Com isso, aumenta-se a produtividade, os ganhos e ainda mantém os empregos dos trabalhadores. Esse movimento também implica no crescimento da massa salarial e alimenta o consumo das famílias e o movimento do sistema de crédito.

Aliás, o trabalho da CNI aponta que o consumo das famílias foi o motor da economia no ano passado; perdeu um pouco de fôlego mas, mesmo assim, crescerá 1,9%, contribuindo com 1,2 ponto percentual para o PIB deste ano. A leitura feita pela CNI, entretanto, é um pouco conservadora quando atribui à retração do consumo para a queda no ritmo de aumento da oferta de emprego, talvez porque o estudo foi encerrado em julho. Isto, porque os indicadores apontaram um aumento de 26,7% na geração de empregos formais em agosto, o que tende a reduzir ainda mais a taxa de desemprego, hoje em 5,1% da população economicamente ativa.

Em relação ao comportamento dos preços, o Informe Conjuntural prevê que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2013 em 5,8%, acima da meta de 4,5%. Por conta desse índice, a CNI prevê novos aumentos da taxa básica de juros, a Selic. Sua previsão é que os juros cheguem a 9,75% ao ano final deste ano. “Nesse cenário, e com a inflação de 5,8%, a taxa real de juros média no ano será de 1,9% ao ano, inferior à obervada no ano passado, de 3,1%”, informa o estudo.

Câmbio
O Informe Conjuntural prevê que o real vai desvalorizar numa comparação com o dólar e que a cotação ficará em R$ 2,23 no final do ano. A CNI entende que uma desvalorização do real será observada caso o Banco Central interrompa os leilões de venda diária de dólares iniciada em agosto, mas ontem, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o presidente do BC, Alexandre Tombini, mostrou que esse instrumento de dar liquidez ao mercado de câmbio teve o efeito desejado por resgatar a tranquilidade aos agentes (empresas e bancos que têm compromissos em dólar para pagar no exterior).

Além disso, outra notícia corroborou para que as cotações nos últimos dias caíssem um pouco, por causa do anúncio que o Banco Central norte-americano, o Federal Reserve, não vai acabar já com sua política de colocação de dólares na economia como forma de reativá-la. Na prática, essa iniciativa de política monetária dos EUA significa mais dólares ao redor do mundo e o Brasil continua sendo uma localidade que atrai esse dinheiro pelo rol dos investimentos disponíveis. Investimentos estes em infraestrutura, seja no programa das rodovias, portos, ferrovias e aeroportos, seja em energia e petróleo e outros.  Quanto às previsões para o saldo comercial brasileiro, a CNI projeta um superávit de US$ 1,7 bilhão, com as exportações atingindo US$ 240,5 bilhões e importações de US$ 238,8 bilhões.

Com informações da CNI

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