Para Fátima Bezerra, reforma política da Câmara “piora o que já era ruim”

Para Fátima Bezerra, reforma política da Câmara “piora o que já era ruim”

Fátima: “Estamos assistindo a uma elitização cada vez maior do espaço político no que diz respeito à representação no Parlamento”Com tristeza, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) criticou, nesta quinta-feira (16), os rumos tomados pela reforma política em análise na Câmara dos Deputados. Para ela, os pontos aprovados até agora “pioram o que já é ruim”.

Como exemplo, a senadora citou a decisão tomada por aquela Casa em relação ao financiamento empresarial de campanhas. “A Câmara não só manteve como também agora constitucionaliza o financiamento a partidos”, disse.

A senadora reforçou a posição do Partido dos Trabalhadores (PT) que é contrário ao financiamento privado de campanhas. Segundo Fátima, o financiamento privado influência a campanha do ponto de vista econômico e alimenta vícios, distorções e escândalos que têm pautado a história política das eleições no Brasil, “que não são de hoje, vêm de muito tempo”. Além disso, o financiamento privado traz desigualdade na disputa. “Estamos assistindo a uma elitização cada vez maior do espaço político no que diz respeito à representação no Parlamento”, apontou.

O PT tem defendido, em sua história, que o caminho mais adequado é o financiamento público exclusivo de campanha. “Defende o financiamento público exclusivo de campanha, inclusive com a adoção da lista preordenada. E, na perspectiva de uma tese como essa prosperar – nós sabemos que isso é difícil –, nós temos defendido a proposta da coalizão democrática”, explicou.

A senadora afirmou esperar que, no segundo semestre, a comissão especial que debate a reforma política no Senado faça o debate acerca do modelo de financiamento eleitoral a ser adotado.

“Nós vamos defender o modelo da coalizão, que achamos que é o modelo mais adequado. É o modelo que dialoga com aquilo que as ruas querem. As ruas querem uma reforma política que venha na direção da defesa da ética, de um maior combate à corrupção, de um maior combate à impunidade, não uma reforma política tal como está se desenhando, que virá exatamente na direção contrária, de estimular a falta de ética e de cada vez mais ser conivente com a corrupção e com a impunidade, quando se mantém esse modelo de financiamento”, ressaltou.

Rafael Noronha

 

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