Sem anistia

Para Humberto, tentativa de anistiar golpistas é verdadeiro “espetáculo da insensatez”

Senador criticou movimento de bolsonaristas pela aprovação de proposta de anistia. Humberto ainda destaca que pauta não conta com apoio popular

Agência Senado

Para Humberto, tentativa de anistiar golpistas é verdadeiro “espetáculo da insensatez”

Senador Humberto Costa durante discurso ao plenário nesta segunda-feira (7/4)

O senador Humberto Costa (PE), presidente nacional do PT, classificou como “espetáculo da insensatez” a movimentação de lideranças bolsonaristas pela aprovação da proposta de anistiar criminosos que tentaram derrubar o Estado Democrático de Direito.

Durante pronunciamento realizado nesta segunda-feira (7/4), o senador também lembrou que pesquisas de opinião têm apontado que a pauta não conta com apoio da população.

Pesquisa realizada pelo Instituto Quaest revela que 56% dos brasileiros defendem que os envolvidos no 8/1 continuem presos e são contra a anistia. A Quaest ouviu 2.004 pessoas entre 27 e 31/03.

“Esta não é uma pauta do Brasil nem dos brasileiros. O povo quer que criminosos paguem pelo que fizeram. A maioria da população também considera que Bolsonaro, ex-presidente da República, esteve à frente da tentativa de golpe e que o STF agiu e com base na lei ao torná-lo réu pelos crimes cometidos”, destacou o senador.

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“Anistiar criminoso é um golpe dentro do golpe. Não há razão de ser. Não pode ter espaço no Congresso Nacional. Não é uma agenda do povo brasileiro, mas de uma organização criminosa armada, como disseram a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República”, emendou.

Humberto ainda lembrou que o inelegível ex-presidente responde, no Supremo Tribunal Federal, junto com outros sete seguidores, pelos crimes de liderança de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano contra o patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado.

“O ex-presidente foi líder inconteste do planejamento e da execução do golpe que redundou no fatídico 8 de janeiro”, apontou.

Humberto Costa também lembrou que o plano golpista de Jair Bolsonaro teve início, ainda em 2021, e passou pela desqualificação do processo eleitoral; suspeição das urnas eletrônicas; campanha internacional para desacreditar o Brasil; sublevação das Forças Armadas; reunião de armamentos para ataque; assassinato do presidente e do vice-presidente eleitos e do presidente do TSE.

Por fim, os acampamentos estimulados em frente a quartéis foram fomentados pela leitura deturpada do artigo 142 da Constituição Federal, como forma de tentar justificar intervenção das Forças Armadas, e que redundaram no 8 de janeiro.

“O Brasil passou por um momento de extremo risco, de enorme gravidade, que não pode ser minimizado. Tivesse dado certo a tentativa de golpe, possivelmente este Congresso Nacional estivesse fechado; muitos aqui tivessem sido presos, assassinados ou exilados; e boa parte da população brasileira estivesse sob a mordaça da falta de liberdade para expressão das suas ideias e para organização política e social”, alertou Humberto.

Além disso, o senador comentou a presença de governadores no ato convocado por bolsonaristas e realizado em São Paulo no último domingo (6/4). Para ele, “governadores necrófagos, como hienas e urubus, estão à espreita das carcaças e da carniça do ex-presidente Bolsonaro para tentar herdar seu espólio necropolítico”.

“Está claro que todos que lá estavam são aliados daqueles que tentaram o golpe contra o nosso país”, disse.

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