O senador Walter Pinheiro (PT/BA) acredita que a situação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) será difícil de se sustentar no plenário do Senado, onde está prevista a votação do pedido de cassação do senador goiano por quebra de decoro parlamentar, após tramitação do processo no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado.
Nesta terça-feira (29/05), em seu depoimento no Conselho de Ética do Senado, Torres usou parte de seu tempo para sair em defesa das suas ligações com o contraventor Carlos Cachoeira. No início, o senador falou para um plenário lotado de senadores e profissionais da imprensa. Ao final, poucos senadores permaneceram no Plenário do Conselho.
Para Pinheiro, o fato de vários senadores não permanecerem em tempo integral no Conselho e o baixo quórum de perguntas são fatos que sinalizam o esvaziamento da credibilidade do senador goiano.
Trechos – Demóstenes disse que enfrenta o “pior momento” da sua vida por ser vítima de uma “campanha sistemática orquestrada” para prejudicá-lo e usou o espaço para sair ainda em defesa de conhecidos da suprema corte, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Demóstenes relatou encontro com Gilmar em Berlim. Ele disse que estava em Praga, na República Tcheca, e que o ministro estava em Granada, na Espanha, quando combinaram de se encontrar em Berlim, na Alemanha. Praga fica a 350 quilômetros de Berlim; Granada a 2.738 quilômetros.
Demóstenes admitiu ao relator do Conselho, senador Humberto Costa (PT/PE), que utilizava um aparelho telefônico, da Nextel, patrocinado por Carlinhos Cachoeira. Também reconheceu a gravação quando, por exemplo, ele tentou orientar Carlinhos Cachoeira sobre as consequências do projeto de regularização do jogo com caça níqueis, que tramitava no Senado. Nesse diálogo, Demóstenes disse a Cachoeira que “isso te pega”, ao se referir à criminalização dos jogos de azar.
Para o senador Wellington Dias (PT-PI), a situação de Demóstenes se agravou, já que ficou clara a quebra de decoro parlamentar. “Nós estamos tratando não de uma ação criminal, não de uma investigação criminal. Nós estamos tratando de uma investigação de ética e decoro parlamentar”, explicou Dias.
Assessoria de Imprensa do senador Walter Pinheiro
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