Desenvolvimento Regional

Para Wagner, altas tarifas aéreas dificultam avanço do turismo

Ministro do Turismo ouviu críticas acerca das dificuldades do setor pelo País; senadores também questionaram envolvimento de Marcelo Álvaro em candidaturas laranjas do PSL
Para Wagner, altas tarifas aéreas dificultam avanço do turismo

Foto: Alessandro Dantas

O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou nesta quarta-feira (10) que as altas tarifas praticadas pelas companhias aéreas nacionais na venda de bilhetes para voos domésticos é um dos principais motivos pela dificuldade que o setor de turismo brasileiro enfrenta para aumentar o volume de visitas ao País.

A reclamação foi feita durante audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) na qual o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio apresentou as diretrizes da pasta para os próximos anos.

Wagner citou seu próprio caso como exemplo afirmando que paga, em média, no trecho entre Brasília e Salvador aproximadamente 400 dólares num voo de 90 minutos de duração.

“O que se gasta para ir e voltar [no trecho Bahia-Salvador] eu vou à Portugal e volto. Não é possível que não se tenha uma banda de preços [mais baratos]. Sempre se alega a prática desse preço pela quantidade de poltronas vazias. Eu não tenho viajado em nenhum voo com bancos vazios. É uma extorsão o que tem se praticado”, criticou.

O senador ainda lamentou o corte orçamentário “violento” pelo qual o Ministério do Turismo passou no orçamento aprovado para 2019. A pasta passou por um contingenciamento orçamentário de aproximadamente R$ 223 milhões, o que equivale a 37% dos recursos do órgão. Sem considerar a execução de emendas parlamentares, o que pode pioras o percentual contingenciado.

“Para mim é uma tristeza [o corte no orçamento]. Sou um apaixonado pelo turismo que é uma indústria sem fumaça. Onde gera-se emprego e não gera poluição, faz troca de conhecimentos e é um elemento que promove a paz mundial pelo intercambio [cultural] que se tem”, afirmou.

Turismo e segurança pública
Na avaliação da senadora Zenaide Maia (PROS-RN) é impossível estimular o turismo de um país sem cuidar devidamente da segurança pública. Ela cobrou que até o momento, com cem dias de governo Bolsonaro, ainda não foi apresentada nenhuma solução nesse sentido.

“Até agora não apresentado um plano de segurança pública. O único que temos é armar a população civil e não é por aí. O Estado brasileiro que é responsável pela segurança pública”, afirmou.

Já o senador Jaques Wagner criticou a contaminação ideológica da pauta da segurança pública e afirmou que o acirramento dos ânimos não vai solucionar os problemas do Brasil.

“A agenda nacional está extremamente contaminada pela pauta da segurança pública, uma pauta falsamente moralista. O Brasil não vai conseguir viver dessa novela policial. Precisamos viver de emprego, renda e prosperidade”, enfatizou.

Tentativa de censura
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), autora do requerimento de convite para a audiência pública, questionou o ministro acerca das investigações que ocorrem sob sigilo judicial sobre o envolvimento do ministro Marcelo Álvaro Antônio no esquema de candidaturas laranjas do PSL, partido de Bolsonaro, em Minas Gerais.

As denúncias são de que o ministro – na época deputado federal e presidente do diretório do PSL estadual durante o processo eleitoral – agiu para desviar verbas públicas de campanha para cumprir a cota de gênero e, depois, as candidatas, segundo as investigações, tiveram que devolver os recursos para o partido.

O presidente da CDR, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), logo após a manifestação da senadora, pediu ao ministro para que limitasse suas respostas as ações do ministério. A senadora Eliziane criticou o presidente do colegiado acusando-o de censurar os colegas senadores.

“A decisão de responder ou não é do ministro. Não podemos estabelecer na comissão uma autocensura. É muito ruim no momento brasileiro em que estamos preocupados com as nossas instituições e as manifestações que têm sido colocadas evocando a censura”, lamentou.

Em resposta à senadora, o ministro limitou-se a dizer que sempre agiu dentro da legislação eleitoral e que nunca fez nenhum procedimento inadequado.

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