Nota Oficial

Parlamentares criticam ato digno de ditaduras dentro da UFMG

“A banalização das conduções coercitivas visa a autopromoção de agentes públicos mais acostumados aos holofotes do que à prática de suas funções”
Parlamentares criticam ato digno de ditaduras dentro da UFMG

Parlamentares do PT divulgaram nota, nesta quarta-feira (6), condenando a invasão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) coordenada pela Policia Federal, no intuito de executar a condução coercitiva de oito pessoas, entre elas o reitor e a vice-reitora.

“Não há qualquer justificativa para a forma como a operação se deu. Temos explícito mais um episódio de uma ofensiva contra as conquistas progressistas dos últimos anos, desta vez dirigida contra a Educação brasileira e seu propósito de democratizar e libertar”, diz trecho da nota.

Os parlamentares ainda questionam se foi coincidência o fato de o ato de violência proferido pela Policia Federal ter se voltado contra o Memorial da Anistia, ação da UFMG que busca promover o resgate da verdade reprimida pela Ditadura Militar brasileira, contribuindo para restabelecer no Brasil o tão elementar direito à memória.

“Não podemos deixar que este estado de exceção avance, agora direcionado às instâncias do saber, às instâncias que se empenham na luta em defesa da educação, que são as nossas universidades”, destacou a senadora Fátima Bezerra (PT-RN).

Segundo matéria do portal GGN, “a força policial invadiu a sala da vice-reitora. Quando outros professores chegaram lá, aboletada na cadeira da vice-reitora estava uma corregedora da CGU, como se fosse a nova dona do pedaço”.

“Somamo-nos à indignação já manifestada pela direção da UFMG, conclamando a sociedade para defender a instituição dessa caçada brutal, sustar a operação e punir disciplinarmente os responsáveis, em particular aqueles que autorizaram tamanha arbitrariedade”, cobram os parlamentares.

A Frente Brasil Popular também soltou nota classificando como “intolerável” e “inconstitucional” a invasão da UFMG. A ação da PF ocorreu, lembra a Frente, há menos de uma semana do lançamento do relatório da Comissão da Verdade em Minas Gerais.

“A atual direção da Policia Federal indicada pelo governo do golpe preserva os corruptos e persegue os honestos. A atual operação, conduzida pela PF com apoio de Ministério e da CGU do atual governo federal, tem claro objetivo de desmoralizar a universidade pública, o pensamento crítico, a educação e a pesquisa acadêmica brasileira”, afirma a nota da Frente Brasil Popular.

 

Leia a íntegra da nota dos parlamentares do PT

A operação da Polícia Federal que na manhã desta quarta (06) conduziu coercitivamente os atuais reitores e os ex-reitores da UFMG é uma prova de que a onda de arbitrariedade e exibicionismo no país está longe de acabar. Demonstra-se que o martírio do ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, não foi o suficiente para constranger aqueles e aquelas que hoje entendem ter o direito de utilizar prerrogativas legais para produzir perseguições de cunho político e pessoal.

Não há qualquer justificativa para a forma como a operação se deu. Não há qualquer justificativa para conduzir coercitivamente dirigentes universitários, cidadãos e cidadãs conhecidas publicamente, com endereço estabelecido, cumprindo suas funções e que, a qualquer momento, estariam à disposição da Polícia Federal para prestar as explicações que fossem necessárias. A banalização das conduções coercitivas visa apenas o espetáculo, a autopromoção de agentes públicos mais acostumados aos holofotes do que à prática de suas funções.

Temos explícito mais um episódio de uma ofensiva contra as conquistas progressistas dos últimos anos, desta vez dirigida contra a Educação brasileira e seu propósito de democratizar e libertar. Não por coincidência, o gesto de violência da Polícia Federal voltou-se contra o Memorial da Anistia, ação da UFMG que busca promover o resgate da verdade reprimida pela Ditadura Militar brasileira, contribuindo para restabelecer no Brasil o tão elementar direito à memória.

Somamo-nos à indignação já manifestada pela direção da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, conclamando a sociedade para defender a instituição dessa caçada brutal, sustar a operação e punir disciplinarmente os responsáveis, em particular aqueles que autorizaram tamanha arbitrariedade.

Dep. Margarida Salomão (PT-MG) – Presidenta da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Federais

Dep. Raimundo Angelim (PT-AC) – coordenador do núcleo de educação do PT na Câmara

Dep. Carlos Zarattini (PT-SP) – Líder do PT na Câmara

Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) – Líder do PT no Senado

Senadora Fátima Bezerra (PT-RN) – Coordenadora do Núcleo de Educação do Senado Federal

Senadora Regina Sousa (PT-PI) – Presidenta da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal

 

Leia a íntegra da nota da Frente Brasil Popular 

Em uma ação intolerável e inconstitucional na manhã desta quarta-feira, 6 de dezembro a Polícia Federal invadiu a UFMG. Na sequência conduziu coercitivamente os três últimos reitores e vice-reitores da universidade.

Em clara demonstração do avanço do estado de exceção a operação foi denominada “Esperança Equilibrista”, ocorrendo há menos de uma semana do lançamento do relatório da Comissão da Verdade em Minas Gerais e as vésperas da votação da Reforma da Previdência, como tem sido prática das forças do golpe.

A atual direção da Policia Federal indicada pelo governo do golpe preserva os corruptos e persegue os honestos. A atual operação, conduzida pela PF com apoio de Ministério e da CGU do atual governo federal, tem claro objetivo de desmoralizar a universidade pública, o pensamento crítico, a educação e a pesquisa acadêmica brasileira.

É preciso lembrar que após o impeachment o governo ilegítimo sequer nomeou novo presidente para a Comissão da Anistia responsável por lançar o projeto em 2008, paralisando os trabalhos.

Demonstra claro recado ideológico e ataca uma obra fundamental para defesa da democracia e a cultura democrática brasileira. O Memorial da Anistia visa dignificar os que lutaram contra o regime militar, assim como os memoriais existentes da Alemanha nazista, do apartheid na África do Sul, e da ditadura Pinochet de Allende.

Exigimos a imediata destituição do diretor da Policia Federal e a paralisação do processo tamanha a extensão da arbitrariedade.

Abaixo o estado de exceção e ao ativismo judicial e policial persecutório seletivo!

Ditadura nunca mais!

Em defesa da universidade pública, da autonomia universitária e do pensamento crítico!

Pelo direito a memória, a verdade e a justiça!

Frente Brasil Popular MG

 

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