“Você pode discordar do PT, discordar de Lula e Dilma. Mas não dá para concordar com isso que aconteceu. Não era discurso. Eram agressões, práticas fascistas”. Assim o senador Lindbergh Farias (RJ), líder do PT no Senado, classificou a manifestação da senadora Ana Amélia (PP-RS) que, no último sábado (24), parabenizou os gaúchos pelas cenas de selvageria praticadas contra os manifestantes que participavam da caravana do ex-presidente Lula.
Na oportunidade, a senadora parabenizou os agressores que “botaram a correr aquele povo” referindo-se aos participantes da caravana e afirmou que atirar ovo e levantar o relho [contra a caravana] mostrava “onde estão os gaúchos”.
“Não é mais o discurso do ódio e intolerância. Eram milícias armadas seguindo o presidente Lula. Esses fatos não têm paralelo na história recente do País”, disse o senador Lindbergh, alertando para o fato de o golpe iniciado com a retirada da presidenta Dilma ter entrado numa nova fase: “a escalada fascista no País”.
Para a senadora Regina Sousa (PT-PI), presidenta da Comissão de Direitos Humanos (PT-PI), o mais grave de todo o ocorrido foi ver uma senadora da República defender atos de barbárie. “Não entendo como alguém pode apoiar um ato daquele. Pedradas, ovo, relhos”, enfatizou.
Os ataques feitos contra a caravana ferem o livre direito de manifestação e o direito de ir e vir previstos na Constituição, destaca o líder da Oposição, senador Humberto Costa (PT-PE). Na avaliação do senador, “é inconcebível” nos tempos de hoje cenas como apedrejamento e açoitamento de participantes de um ato político, em alguns locais, com a conivência de forças policiais que “nada fizeram para impedir a horda de nazifascistas”.
“Este não é o Brasil que nós conhecemos, este não é o Brasil que nós procuramos o tempo inteiro construir de uma maneira em que os conflitos, as divergências, as ideias possam ser tratadas no campo do debate, das ideias, e não da agressão física, da violência ou da tentativa de impedir que haja o direito da expressão de outros”, salientou.
Já a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) afirmou que apesar dos ataques de ódio contra a caravana, o ex-presidente Lula seguirá sua caminhada pelo País organizando “a esperança e a resistência democrática”.
“Com muita convicção, Lula seguirá enfrentando o fascismo e afirmando que o Brasil pode voltar a ser respeitado no mundo inteiro, por promover inclusão social, desenvolver sua indústria, impulsionar a integração latino-americana e a construção de um mundo multipolar”, disse.