Paim: “Mais pobres são os mais penalizados”Assim como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o senador Paulo Paim (PT-RS) está convencido de que a carga tributária no Brasil é muito desigual. Nesta sexta-feira (28), em plenário, o parlamentar gaúcho defendeu um pacto de preferência pela reforma tributária.
Segundo Paim, os índices de desigualdade para os impostos no País são muito altos e os pobres são os mais penalizados pela carga tributária. “Para os 10% mais pobres da população, a carga de imposto atinge cerca de 30% da renda, e para os 10% mais ricos, a carga tributária é 12%. Veja bem, os mais pobres pagam três vezes mais”, disse, alertando que, para cada R$ 100 em alimento, R$ 45 são impostos.
O pior, de acordo com o parlamentar, é a sonegação que, no Brasil, de acordo com o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), é 20 vezes maior que o valor gasto com o Programa Bolsa Família.
“A sonegação de impostos rouba ¼ de tudo aquilo que o brasileiro paga, todos os anos, para o Governo”, destacou. O valor desse desvio, segundo apurou o Sinprofaz, chega a R$ 415 bilhões ao ano, o que torna a carga tributária ainda mais cruel. “Quem paga, paga muito e quem não paga, porque está roubando, não paga nada. Essa é a grande questão”, disse.
Exatamente por isso, ele defende um amento da fiscalização, para que a cobrança seja mais justa e se cobre de quem não paga nada. “Caso a sonegação fosse eliminada, ou fortemente diminuída, poderíamos reduzir até 28,4% os impostos pagos pelos cidadãos”, disse. E acrescentou: “Para alcançar o louvável objetivo de diminuir a carga tributária e combater a sonegação fiscal, precisamos intensificar os mecanismos de monitoramento e identificar os ralos pelos quais fluem imensas somas de dinheiro público”.
Giselle Chassot
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