Violência no campo

Paulo Rocha denuncia assassinato de líder sindical no Pará

Carlos Cabral é o terceiro presidente deste sindicato a ser morto no exercício do cargo
Paulo Rocha denuncia assassinato de líder sindical no Pará

Foto: Alessandro Dantas

O senador Paulo Rocha (PT-PA) manifestou pesar pelo assassinato do líder sindical Carlos Cabral. Ele era presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rio Maria (STTR), no sul do Pará, e diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB Pará.

“Esperamos que todas as circunstâncias desse crime bárbaro sejam totalmente esclarecidas. É importante destacar que Carlos Cabral é o terceiro presidente deste sindicato a ser morto no exercício do cargo”, destaca o senador.

Cabral foi assassinado com vários tiros na tarde da última terça-feira (11), no município de Rio Maria, no Pará.

As centrais sindicais no Pará também se manifestaram destacando que durante o período histórico de luta pela posse da terra no Pará, várias lideranças sindicais, religiosas e políticas foram eliminados fisicamente pela bala do latifúndio improdutivo.

“As Centrais Sindicais exigem a imediata e exemplar apuração e elucidação do assassinato de Carlos Cabral, a retomada da paz no campo, a política e a cultura da paz contra o discurso e a cultura do ódio e da violência pregada pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro”, destacam as centrais, em nota.

Foto: Reprodução

Nota do senador Paulo Rocha

Lamento profundamente a morte do companheiro Carlos Cabral, líder do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (STTR) de Rio Maria. Ele foi assassinado no munícipio nesta terça-feira (11).

Carlos já havia sofrido duas tentativas de emboscada de fazendeiros na Reserva de Apyterewa, no município de São Félix do Xingu, segundo lideranças da STTR de Rio Maria.

Esperamos que todas as circunstâncias desse crime bárbaro sejam totalmente esclarecidas.

É importante destacar que Carlos Cabral é o terceiro presidente deste sindicato a ser morto no exercício do cargo.

Carlos era genro de um dos ex-presidentes do STTR de Rio Maria: João Canuto, que foi assassinado há 33 anos por pistoleiro a mando de um fazendeiro. A própria Luísa Canuto, com quem Carlos foi casado, também perdeu dois irmãos pelas balas do latifúndio: Paulo e José Canuto.

Expedido Ribeiro de Souza, que sucedeu a João Canuto à frente do sindicato, foi morto no dia 3 de fevereiro de 1991 também vítima de emboscada. Um mês após esta tragédia, Carlos Cabral sofreu um atentado, mas escapou com vida.

Nota de pesar das Centrais Sindicais, no Pará, pelo assassinato do sindicalista CARLOS CABRAL

As Centrais Sindicais, no Pará (CTB, CGTB, NCST, FS, CSP Conlutas, CUT, UGT, CSB e Intersindical), manifestam sentimentos de pesar pelo assassinato do sindicalista Carlos Cabral Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rio Maria (STTR), no sul do Pará, e diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB Pará, assassinado com vários tiros na tarde desta terça-feira (11/06/2019), em Rio Maria/PA.

Em Rio Maria, “a terra da morte anunciada”, teve em dezembro de 1985 o assassinato do sindicalista e presidente do STTR, João Canuto, e seu sucessor Expedito Ribeiro de Souza, foi assinado em fevereiro de 1991, Cabral genro de João Canuto, a época (1991), e sucessor de Expedito, foi ferido num atentado a bala a mando do latifúndio em 4 de março de 1991, ou seja, um mês depois do assassinato de Expedito Ribeiro. E cinco anos após a morte de João Canuto, em 22 de abril de 1990 três de seus filhos, Orlando, José e Paulo Canuto, foram sequestrados e dois deles José e Paulo foram assassinados, somente Orlando Canuto escapa gravemente ferido.

No período histórico na luta pela posse da terra várias outras lideranças sindicais, religiosas e políticas, os “marcados para morrer”, foram eliminados fisicamente pela bala do latifúndio improdutivo paraense, e hoje, no transcurso dos 32 anos do assassinato do advogado dos trabalhadores rurais, o deputado estadual Paulo Fonteles (PCdoB/PA), é assassinato Cabral em plena luz do dia em Rio Maria, sul do Pará.

As Centrais Sindicais exigem a imediata e exemplar apuração e elucidação do assassinato de Cabral, a retomada da paz no campo, a política e a cultura da paz contra o discurso e a cultura do ódio e da violência pregada pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

Viva a livre organização dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.

Carlos Cabral Pereira, presente!

Belém-Pará, 11 de junho de 2019.

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB Pará

Central Única dos Trabalhadores – CUT Pará

Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB Pará

Nova Central Sindical dos Trabalhadores – NCST Pará

Força Sindical – Pará

CSP Conlutas – Pará

Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB Pará

INTERSINDICAL – Pará

União Geral dos Trabalhadores – UGT Pará

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