Pimentel: sessão solene do Plano Real foi um desrespeito ao Estado Nacional

 

Pimentel: “A política socioeconômica do PT 
levou o Brasil a um patamar muito melhor 
do que o que tínhamos há 20 anos

Em resposta às provocações do ninho tucano, o líder do Governo no Congresso Nacional, senador José Pimentel (PT-CE), ocupou a tribuna do Senado nesta quarta-feira (26) para apresentar os dados sumariamente ignorados sobre o atual estágio da economia brasileira, na sessão solene que celebrou os 20 anos do Plano Real, na tarde de ontem. Pimentel considerou um “desrespeito ao Estado Nacional” discutir as últimas duas décadas da economia do País e chamar apenas o presidente Fernando Henrique Cardozo, que governou o Brasil entre 1995 e 2002, ignorando os últimos quase 12 anos de gestão petista – com Luiz Inácio Lula da Silva governando por oito anos e Dilma Rousseff por quase quatro anos.

“A bancada do Partido dos Trabalhadores não veio a plenário na hora da sessão solene porque, durante esses últimos 11 anos e poucos meses, tivemos dois presidentes do nosso partido e nenhum deles foi convidado”, esclareceu o senador.

Mais cedo o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) havia cobrado a presença dos senadores petistas em um discurso. Diante da explicação de Pimentel, Nunes tentou jogar a responsabilidade para o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem a atribuição de oficializar os convites para eventos em plenário – mas não colou. “Não estou dizendo que cabe a A, B ou C. Não estou atribuindo isso ao autor do requerimento [senador Aécio Neves], estou dizendo que nós não fomos convidados”, enfatizou o líder governista.

Pimentel ainda destacou que, em oportunidades como a de ontem, o governo petista sempre demonstra total respeito por seus antecessores. E citou como exemplo o convite da presidenta Dilma aos ex-presidentes FHC, José Sarney, Fernando Collor e Lula para o sepultamento de um dos maiores símbolos da história recente, Nelson Mandela.

Um patamar muito melhor
Na avaliação de José Pimentel, o não-convite só pode ser interpretado como uma tentativa de esconder os números e dados que demonstram “uma política socioeconômica que levou o Brasil para um patamar muito melhor do que o que tínhamos nos anos 80 e no início dos anos 90”.

Apesar de reconhecer que muitas das melhorias desfrutadas pela população brasileira hoje são fruto de um conjunto de governos, o senador lembrou a situação caótica em que estavam as finanças do País quando Lula assumiu a cadeira presidencial. “Nos anos de 1998, 2001 e 2002, o Brasil foi obrigado a ir ao Fundo Monetário Internacional [FMI] porque não conseguia fechar as suas contas. Em 2003, herdamos uma dívida de US$20 bilhões. Hoje, o Brasil é credor em torno de US$15 bilhões junto ao Fundo”, ressaltou.

Outro indicador destacado por Pimentel foi o crescimento da reserva de dólares do País, nos últimos 11 anos. O saldo que era de US$38 bilhões – sendo US$20 bilhões em empréstimos do FMI –, em janeiro de 2003, totaliza atualmente US$376 bilhões líquidos. “É por isso que hoje o Brasil pode falar em dívida líquida, ao contrário daqueles que chamam de economia criativa ou de mecanismo criativo de apresentação das nossas contas. Isso é possível fazer, porque nós temos uma reserva significativa”, elucidou.

O senador também trouxe números que comprovam o fim da pobreza extrema, graças ao programa Bolsa Família; o crescimento dos postos de trabalho, puxados especialmente por medidas de incentivo aos micro e pequenos empresários; a ampliação do investimento público; e o aumento do nível de instrução, com a criação de vagas em ensino técnico e superior.

“Temos hoje 1,2 milhão de meninos, filhos de lavadeiras, de pescador artesanal, de dona de casa, de assentados, da agricultura familiar freqüentando as universidades porque tivemos a coragem de enfrentar esse debate e aprovar o ProUni [Porgrama Universidade para Todos]”, frisou. “Aqueles que falam tanto do Partido dos Trabalhadores, lamentavelmente, nos seus governos, não tiveram o cuidado de olhar para os mais pobres, de permitir que esses meninos e essas meninas pudessem chegar às universidades”, completou.

Desafio
O petista ressalvou ainda que o grande desafio do governo agora é aumentar o investimento público para aprimorar a infraestrutura do Brasil. Por essa razão, recordou José Pimentel, a presidenta Dilma pautou as mudanças nos marcos regulatórios, como o Código Florestal Brasileiro, a Regulação dos Portos e a instituição das Parcerias Público-Privadas.

“Precisávamos adequar uma série de outras legislações para que a infraestrutura brasileira possa, efetivamente, dar conta da sua demanda. É isso o que está sendo feito”, ponderou. “Mas é preciso que ao fazer o debate dos últimos 20 anos, estas questões também apareçam. Talvez aqueles que resolveram convidar apenas uma parcela para vir fazer esse debate queriam mesmo era fugir dessa discussão”, concluiu.

Catharine Rocha
 

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