Pinheiro: compras e pagamentos pelo celular estimulam economia

Colocar as novas tecnologias a serviço da inclusão, simplificando o acesso da população aos serviços bancários, pode contribuir para fortalecer o processo de crescimento econômico, acredita o senador Walter Pinheiro, autor de um projeto de lei (PLS 635/11) que pretende garantir às populações de áreas sem a presença física de estabelecimentos bancários a possibilidade de despesas por meio do telefone celular. “O Brasil já tem 250 milhões de aparelhos habilitados. É bem claro que as pessoas têm alguma intimidade com essas tecnologia”, afirma o líder da Bancada do PT.

Enquanto o projeto do senador tramita, em caráter terminativo, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a adoção do chamado mobile payment (pagamento móvel) também vem sendo debatida no Executivo – no início da semana, foi pauta de uma reunião entre o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Pinheiro sustenta a necessidade de incorporar mais pessoas ao sistema bancário, dando maior capilaridade aos serviços, sem condicionar essa inclusão à presença física da agência bancária. “A estrutura pode ser virtual”. Ele cita o exemplo do Banco do Nordeste, “que serve a praticamente a todos os 417 municípios do estado da Bahia”, sem a necessidade ou o custo de um atendimento presencial. “O uso das novas tecnologias não deve ser só um símbolo de status. Ele tem um poder de estimular o desenvolvimento, facilitando o acesso ao microcrédito e a serviços que dinamizam a atividade econômica”, afirmou o senador.

O novo modelo de compras pelo celular estudado pelo Executivo vai usar o mesmo sistema do envio de mensagens de texto, o SMS. O consumidor fará o depósito de um valor na operadora e poderá fazer compras de quantias pequenas no comércio. Depois que o estabelecimento fizer a operação eletrônica da compra, o consumidor receberá uma mensagem pelo celular para autorizar a transação mediante a confirmação com uma senha.

Estudo recente do IPEA revelou que 39,5% de brasileiros não têm conta bancária, estando no Nordeste o maior número de excluídos, com 52,5% das pessoas à margem do sistema financeiro. Pinheiro ressalta que a exclusão bancária dificulta a vida de cerca de 50 milhões de brasileiros. Ele acredita que a abertura de contas simplificadas, sem as exigências feitas aos correntistas convencionais e com menores custos aproximaria esse contingente do sistema.

 

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