A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (4), o nome do delegado Luiz Fernando Corrêa para ocupar o cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O nome do indicado pelo presidente Lula foi aprovado por unanimidade.
Durante a sabatina, Luiz Fernando Corrêa defendeu o controle externo e social das atividades da agência, que é órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), composto por 48 agências federais que possuem conexões com todos os estados, além do Distrito Federal.
“A Abin deverá ser capaz de reunir, analisar e conectar informações de uma ampla variedade de fatores que em seu conjunto impactam cenários interligados de modo complexo, como produção de soja, criação de gado, exportação de carne, desmatamento da Amazônia Legal, garimpo ilegal, trabalho escravo, chuvas, enchentes, capacidade de geração, capacidade de geração elétrica nas suas variadas matrizes”, elencou.
Ele ainda apontou que, ao longo de sua carreira no serviço público, sempre atuou baseado nos princípios constitucionais e na legalidade. “Mantenho o equilíbrio e a iniciativa em prol da segurança dos cidadãos, respeitando o devido processo, a ética, a diversidade e as liberdades”, disse aos senadores.
Além disso, o sabatinado apontou que as atribuições de inteligência típica de Estado, não sendo militar e nem policial, exigem da Abin o desenvolvimento permanente de competências para análise e construção de cenários sobre os problemas prioritários da Nação.
“Tais competências se desdobram em atividades bastante especializadas: proteção contra a espionagem, desenvolvimento de criptografia de Estado e a prevenção ao extremismo violento e ao terrorismo”, explicou.
“O crescimento exponencial de informações nas redes sociais e nas várias camadas de internet demanda uma crescente sofisticação analítica para separar o joio do trigo. Ou seja, aquilo que é ruido irrelevante e o que é relevante”, emendou.
Sob a autoridade da Casa Civil, na organização do governo Lula, Luiz Fernando Corrêa explicou que a Abin será capaz de cumprir com maior efetividade suas responsabilidades legais de fornecer ao presidente da República e ministros informações e análises estratégicas “oportunas e confiáveis”.
“Uma inteligência de Estado no Brasil, extremamente profissional, com forte lastro nos melhores centros nacionais de produção de conhecimento e pesquisa, permitirá que o Executivo tenha o melhor acesso tempestivo a informações relevantes para a segurança do Estado e da sociedade”, salientou.
O nome de Luiz Fernando Corrêa segue para votação no plenário do Senado.