Os 200 anos de fundação de Bagé (RS) foram comemorados nesta segunda-feira (24/10) em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Durante a reunião, requerida pelo presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS), o prefeito do município gaúcho, Carlos Eduardo Dudu Colombo, ressaltou o desenvolvimento da cidade nos últimos anos, mas destacou as dificuldades enfrentadas pelos municípios localizados, como Bagé, na Faixa de Fronteira.
“Nós da faixa de fronteira estamos em uma região do País com uma defasagem muito grande de desenvolvimento. Percebe-se que o desenvolvimento histórico do País caminhou em direção às grandes metrópoles situadas no centro ou em direção ao litoral e nós lá no outro extremo com indicadores econômicos e sociais preocupantes”, disse o prefeito.
Segundo Dudu Colombo, que é também vice-presidente para Cidades da Faixa de Fronteira da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o Governo Federal, em parceria com os estados e municípios, tem se empenhado para mudar essa realidade, mas, em sua avaliação, são necessários mais investimentos na região.
“Já temos ouvido vozes dentro do Parlamento brasileiro que levantam a possibilidade de formatação de um PAC para a Faixa de Fronteira. Para nós, não tem forma melhor de comemorar o bicentenário da nossa cidade e valorizar a história do Rio Grande do Sul do que melhorando a vida da população”, disse o prefeito. Ele informou que a Faixa de Fronteira é composta por 588 cidades de 10 estados, atingindo uma população de cerca de 10 milhões de pessoas e totalizando quase 15 mil km do território nacional.
Para o secretário de Estado da Representação do Governo do Rio Grande do Sul em Brasília, Ronaldo Teixeira da Silva, o caminho para o desenvolvimento da Faixa de Fronteira passa por mais investimentos em educação. Segundo ele, a ampliação de verbas para o setor, processo iniciado durante o governo Lula, como observou, tem ajudado a levar desenvolvimento para além dos grandes centros e dos litorais.
“Não só tivemos de um lado a possibilidade de reconstituirmos a Urcamp [Universidade da Região da Campanha], mas também instituímos o campus da Unipampa [Universidade Federal do Pampa] com cursos complementares capazes de incidirem sobre a educação regional e, por consequência, potencializar o desenvolvimento regional da nossa área de fronteira”, disse.
Ronaldo Teixeira da Silva – assim como o arcebispo de Bagé, Dom Gílio Felício – e a miss Bagé, Thamires Sonaglio – ressaltou também o papel determinante do município na história do Rio Grande do Sul e do país. Destacou ainda o protagonismo da cidade em temas como inclusão digital e valorização dos idosos.
Durante a audiência, o prefeito Dudu Colombo entregou a Paim um exemplar do Plano Desenvolvimento Econômico de Bagé 2011 – 2031.
“Isso mostra um projeto a longo prazo e não apenas para essa ou aquela gestão”, afirmou Paim.
Selo comemorativo
Para comemorar o bicentenário de fundação de Bagé, o Ministério das Comunicações e os Correios lançaram, durante a reunião da CDH, um selo personalizado e um carimbo comemorativo em alusão à data.
“A figura de um gaúcho saltando com um cavalo com a inscrição ‘Um salto para o futuro’ é muito mais do que uma homenagem: é a certeza de que Bagé e seu povo estão preparados para enfrentar os desafios do presente e os que virão”, explicou Larry Manoel Medeiros de Almeida, vice-presidente de Gestão de Pessoas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Município
Localizada no sudoeste do Rio Grande do Sul, Bagé foi fundada em 17 de julho de 1811 em local em que jesuítas espanhóis haviam erguido, mais de cem anos antes, a Redução de São André dos Guenoas. A região foi alvo de conflitos entre Espanha e Portugal.
Conhecida como a “Rainha da Fronteira”, Bagé tem cerca de 120 mil habitantes e uma economia baseada na pecuária, na agricultura e no comércio.
Fonte: Agência Senado