A prisão do ex-ministro Antonio Palocci nesta segunda-feira (26), durante a 35ª fase da Operação Lava Jato — anunciada de véspera em um palanque eleitoral tucano pelo atual ministro da Justiça, Alexandre Moraes — tenta requentar a denúncia da suposta compra, pela Odebrecht, de um terreno para a instalação da sede do Instituto Lula.
Como já se tornou praxe na Lava Jato — vide tríplex do Guarujá e sítio de Atibaia — o citado terreno não está em nome de Lula nem do Instituto, não foi utilizado para instalação de qualquer atividade ligada ao ex-presidente, mas o juiz Sergio Moro insiste que a “há provas” de que a Odebrecht o teria comprado “em nome de terceiros”, em 2010 para essa destinação. Segundo a Folha de S. Paulo, “o instituto acabou sendo instalado em outro local, no bairro do Ipiranga”— o jornal paulista parece desconhecer que o atual instituto Lula (antigo Instituto Cidadania e Instituto de Pesquisas do Trabalhador, organizações não-governamentais criadas por Lula desde 1991), funciona no mesmo imóvel da Rua Pouso Alegre, no Ipiranga, desde essa época.
A tentativa de associar a sede do instituto a irregularidades não é nova e já foi claramente desmentida. “Desde que foi criado, em 2011, o Instituto Lula funciona em um sobrado adquirido em 1991 pelo antigo Instituto de Pesquisas do Trabalhador. No mesmo endereço funcionou, por mais de 15 anos, o Instituto Cidadania. Originalmente, era um imóvel residencial, semelhante a tantos outros no bairro Ipiranga, zona sul de São Paulo”, explicou o Instituto Lula em nota divulgada em julho. “Ao longo desses 20 anos, o endereço e o compromisso do Instituto Lula com a democracia e a inclusão social permanecem os mesmos”.
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