Projeto de Lindbergh proíbe uso de balas de borracha em manifestações

Projeto de Lindbergh proíbe uso de balas de borracha em manifestações

As forças policiais terão de apresentar um especialista em mediação e negociação durante operações em manifestações públicas.

Para Lindbergh, sem o devido treinamento,
o uso da bala de borracha acaba gerando
arbitrariedades

O uso desproporcional da força por policiais militares durante os protestos que eclodiram no País em junho motivou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a apresentar um projeto de lei que propõe a proibição da utilização de armas equipadas com balas de borracha, festim ou afins pelas forças policiais estaduais ou federais em manifestações públicas.

Protocolado na última terça-feira (16), o Projeto de Lei do Senado (PLS 300/2013) também regula e limita o uso de outros armamentos de letalidade reduzida nessas operações. A proposta será examinada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em caráter terminativo.

O senador petista cita registros de que esse tipo de armamento erroneamente batizado de “não letal” pode provocar danos e sequelas.  Ele observa que o Centro de Inovação de Tecnologia Não-Letal da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, constata que é “muito fácil cegar alguém” com esse tipo de munição.

O senador acrescenta, na justificativa da proposta, que a Comissão Europeia tem recomendado a diversos países membros para deixar de usar balas de borracha, em decorrência das “inúmeras mortes e danos irreversíveis causados por sua utilização”.

Lindbergh reconhece a complexidade do trabalho dos policiais para controlar as manifestações, mas observa que a repressão a atos de depredação de patrimônio público ou privado não pode acarretar risco à integridade física ou à vida de cidadãos.

“As polícias militares dos estados reagiram, em diversas ocasiões, cometendo abusos e arbitrariedades” – assinala o senador ao comentar as manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas.

Mediação
O projeto também obriga as forças policiais a apresentar um especialista em mediação e negociação durante operações em manifestações públicas. Segundo o texto, “o uso da força deverá ser evitado ao máximo”, não devendo ser empregado de forma a causar, em função do contexto, danos de maior relevância do que os que se pretende evitar.

Lindbergh observa que as polícias militares estaduais e do Distrito Federal devem atuar no sentido de garantir as liberdades públicas democráticas e não como mero aparato repressivo do estado.

“Sem adequado treinamento e sem uma reforma humanitária das polícias, a autorização de uso das balas de borracha acaba resultando em arbitrariedades, que devem ser combatidas”, justifica Lindbergh.

Com informações da Agência Senado

 

Conheça a íntegra do PLS 300/2013

 

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