PSDB e DEM assumem bandeira do impeachment e são rechaçados

PSDB e DEM assumem bandeira do impeachment e são rechaçados

O voto de 54 milhões de brasileiros pode ser golpeado numa manobra dita institucional, mas que não para de pé sob a análise de democratas equilibradosRejeitada nas urnas pelo povo brasileiro por quatro eleições consecutivas e sem qualquer perspectiva de voltar a governar o País, a oposição de direita, liderada pelo PSDB e DEM, assumiu abertamente a bandeira do golpe para retornar à presidência. Nessa terça-feira (15), em questão de ordem formulada pelo líder do DEM, Mendonça Filho (PE), a oposição iniciou formalmente a tentativa de criar um roteiro para instaurar um processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.

O movimento golpista foi imediatamente denunciado no plenário. Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), “não é estranho que o pedido tenha sido apresentado pelo Democratas, antigo PFL, antiga ARENA, o partido do golpe”, que sustentou a ditadura militar encerrada em 1985. “O líder do DEM que fez a questão de ordem é o mesmo autor da emenda da reeleição de FHC, que foi comprada aqui neste plenário”, recordou Pimenta para os de memória fraca ou seletiva.

“Não gostam de ser chamados de golpistas, mas querem rasgar a Constituição. São os filhos da ditadura que não se conformam em ter perdido nas urnas para um operário, como Lula, e para uma mulher, como Dilma”, acrescentou o deputado gaúcho.

Pimenta lembrou que não há qualquer acusação contra a presidenta Dilma que possa ser sustentada política e juridicamente. O deputado recordou também que entre as figuras da oposição há parlamentares que lutaram pela democracia, e que não devem se associar à aventura golpista. “Se quiserem chegar à Presidência, que cheguem por meio do voto, respeitem a Constituição, respeitem a democracia!”, enfatizou.

O parlamentar também classificou a campanha diária da oposição e dos grandes grupos de mídia como “odiosa”, por buscar sistemática e cotidianamente “desconstituir moral e politicamente as lideranças da esquerda brasileira” que lutam em defesa dos interesses nacionais e populares. “Eles [a oposição e a grande mídia] são especialistas em fazer isso. Fizeram com Lula, Brizola, Jango e Getúlio Vargas. Em todos os períodos da vida política do Brasil, quando nós avançamos nas conquistas sociais da classe operária e do povo trabalhador, a direita tentou, através do golpe, impedir a consolidação dessas conquistas e a consolidação da democracia”, acusou Pimenta.

Sem legitimidade

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também refutou com veemência a postura da oposição conservadora. Da tribuna, Guimarães desmontou qualquer arremedo de legitimidade do golpe que PSDB, DEM, PPS e outros partidos querem aplicar. “Está na hora de o País se levantar contra esses conspiradores que se escondem dentro de subterfúgios jurídicos para querer interditar, golpear a legitimidade de quem foi eleita pelo voto popular no nosso Brasil”, disse o líder.

O parlamentar cearense, em bom linguajar dos nordestinos, garantiu que o PT e outros partidos não vão “arredar o pé” da defesa da democracia e do governo. “Sei do compromisso que muitos dos partidos da base têm conosco na construção da democracia. São pessoas que têm história, são pessoas que têm legado. Não são arroubos de última hora que vão nos amedrontar, porque temos compromisso com a democracia no nosso Brasil”, argumentou Guimarães.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) explicitou que posições estarão em disputa a partir de agora. “A escolha será esta: de um lado, estarão os que defendem a democracia. De outro, aqueles que, mesmo diante da derrota eleitoral, são capazes de enveredar pelo caminho da desestabilização, pelo caminho da conflagração de um país, pelo caminho que coloca em crise a própria economia brasileira. O projeto de poder desse grupo golpista é que está sendo debatido com isso que vocês chamam de impeachment, mas, na realidade, é um golpe contra a democracia”, denunciou Fontana, após registrar que o voto de 54 milhões de brasileiros pode ser golpeado numa manobra dita institucional, mas que não para de pé sob a análise de democratas equilibrados.

Com Agência Câmara

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