Defesa da Democracia

PT e governo defendem punição por ataques de 8 de janeiro

Fabiano Contarato e Jaques Wagner repõem a verdade sobre a origem da barbárie bolsonarista

Manifestantes atacam Congresso, STF e Palácio do Planalto

PT e governo defendem punição por ataques de 8 de janeiro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As investigações sobre os ataques de 8 de janeiro contra a democracia brasileira deverão ser reforçadas pelo Congresso Nacional. Mesmo com apurações avançadas pelos órgãos responsáveis, como Polícia Federal, Ministério Público e Supremo Tribunal Federal, lideranças do PT defendem que os parlamentares também atuem para identificar e punir os responsáveis pela invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

“A estratégia de inverter a lógica e culpar a vítima é comum aos que não têm caráter nem coragem para assumir seus erros e pagar por eles diante da Justiça. É público e notório que os ataques foram gestados e estimulados por apoiadores do governo anterior e pelo próprio ex-presidente”, afirmou o líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (PT-ES).

“Apesar de boa parte deles já estar sendo investigada pelos órgãos responsáveis, uma apuração no Congresso poderá ajudar a identificar quem financiou, quem estimulou e quem coordenou os ataques à democracia. O Brasil precisa passar a limpo esse triste momento de sua história”, completou.

Para o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), o governo Lula não tem qualquer motivo para temer a abertura de uma eventual Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. “Talvez uma CPMI seja até algo positivo, justamente para que as pessoas que participaram dessa barbárie venham ao Congresso e o povo brasileiro as conheça. Não será difícil revelar quem financiou a organização desses atos”, disse.

Para ele, no entanto, “a pauta perdeu força, pois os órgãos seguem atuando e avançando nas devidas investigações deste triste episódio”. O senador classificou de absurda a narrativa construída pela oposição de que o governo sabia e deixou acontecer. “É tão kafkiana que não tem como ser emplacada”, disse.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), foi enfático: “Queremos uma investigação ampla, geral e irrestrita. Doa a quem doer”. Segundo ele, “está comprovado que as invasões foram orquestradas e realizadas por bolsonaristas”.

“O país sabe que eles [bolsonaristas] patrocinaram e executaram a tentativa de golpe. Vocês sabem que têm vários vídeos de deputados bolsonaristas convocando para a tentativa de golpe. As investigações estão a pleno vapor. Já tem ex-ministro da Justiça [de Bolsonaro] preso”, lembrou Guimarães.

Ele explicou que esta não é uma preocupação do governo. “Quem governa não quer perder tempo com CPMI. O governo está preocupado em aprovar a reforma tributária, as novas metas fiscais, o piso da enfermagem, a recomposição de recursos para a educação e etc. Quem governa está preocupado com isso”, enfatizou.

Vídeo vazado

A armação dos bolsonaristas ocorreu após a saída de Gonçalves Dias do comando do Gabinete de Segurança Institucional, na quarta-feira (19). Dias apareceu em imagens vazadas pela imprensa, cercado de bolsonaristas dentro do Palácio do Planalto, no dia da tentativa de golpe.

“Agentes filmados colaborando com invasores do Planalto eram do governo Bolsonaro, do GSI do general Heleno, que ainda não haviam sido substituídos”, destacou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. “O general Gonçalves Dias sai, mas as investigações continuam. Não adianta vir com armação: invasores, terroristas e golpistas eram todos da turma de Bolsonaro. Vão pagar por seus crimes”, avisou.

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