ARTIGO

PT é o partido do povo brasileiro

Gleisi: principal conclusão do congresso petista foi que só haverá saída democrática com o fim do governo usurpador
PT é o partido do povo brasileiro

Foto: Divulgação

O Partido dos Trabalhadores realizou, no início de junho, seu sexto Congresso. Após amplo processo de discussão, que mobilizou mais de 300 mil filiados, os delegados escolhidos pela base aprovaram diversas resoluções e elegeram uma nova direção nacional.

Tenho a honra e a responsabilidade de ter sido eleita para presidir a maior organização política do povo brasileiro.

Um grande e unitário compromisso anima o petismo: dedicar nossas energias à resistência e à luta contra o governo usurpador, contra sua agenda de contrarreformas antidemocráticas e antinacionais, em defesa das garantias constitucionais e da soberania popular.

O golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, impondo ao país uma coalizão reacionária e sem voto, representa a histórica tendência de nossas oligarquias em pisotear o resultado das urnas, atropelar a liberdade e proteger seus interesses a qualquer custo.

As forças que tomaram de assalto o governo são inimigas da distribuição de renda, da justiça social, da independência nacional e da democracia. Todas as suas medidas são destinadas a reduzir salários, esvaziar serviços públicos, enfraquecer programas sociais, transferir recursos financeiros aos mais ricos e entregar riquezas às corporações estrangeiras.

Não há lugar para o povo brasileiro em seu projeto antipatriótico. As reformas trabalhista e da Previdência Social são prova cabal de um programa destinado a garantir os lucros dos monopólios às custas do empobrecimento dos trabalhadores, da retirada de direitos e da privatização do Estado.

Poucos meses foram necessários para o governo Michel Temer destruir o prestígio internacional do Brasil, atualmente visto mundo afora como uma República bananeira dominada por plutocratas e corruptos.

Afundando o país na recessão e no desemprego, o governo usurpador dedica-se a destruir o sistema de bem-estar social que começou a ser construído a partir da posse do presidente Lula. Nada tem a oferecer, para a maioria da população, a não ser pobreza e infelicidade, explorando os trabalhadores e as camadas médias.

Ao presidente impopular resta o apoio do capital financeiro, de setores empresariais, dos partidos golpistas e de parte dos meios de comunicação. Pode ser o suficiente para ainda mantê-lo no cargo, mas cada vez mais dependente de manobras sórdidas e medidas de arbítrio.

Não é à toa a escalada da repressão contra os protestos. A agenda que está sendo implantada, rechaçada pelo voto desde 2002, é incompatível com a democracia. Sua viabilidade pressupõe a criminalização do PT e de suas lideranças, especialmente do ex-presidente Lula, das demais correntes progressistas e dos movimentos populares.

Por essas razões, a principal conclusão do congresso petista foi que só haverá saída democrática com o fim do governo usurpador e a imediata convocação de eleições diretas para a Presidência da República.

Nossos dirigentes, parlamentares e militantes estão plenamente dedicados a colaborar na unidade e mobilização de todas as forças dispostas a caminhar nesse rumo. Qualquer solução fora do voto não passa de continuísmo golpista.

A democracia vencerá. Como antes em nossa história, atende pelo nome de “diretas já”. Mais cedo ou mais tarde, as ruas colocarão um ponto final na aventura oligárquica contra o povo brasileiro.

Gleisi Hoffmann é senadora (PT/PR) e presidenta do PT. Foi ministra da Casa Civil (governo Dilma)

*Publicado originalmente no jornal Folha de S.Paulo no dia 23 de junho

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