combate a criminalidade

PT quer sustar aumento de limite para compra de munição

Senadores avaliam que medida representa retrocesso no enfrentamento da violência no País
PT quer sustar aumento de limite para compra de munição

Foto: Alessandro Dantas

A bancada do PT no Senado apresentou Projeto de Decreto Legislativo (PDL 198/2020) para sustar os efeitos da Portaria Interministerial 1634/2020. A norma editada pelo governo Bolsonaro aumentou o limite de compras de munições para portadores de armamentos.

Na avaliação dos senadores, a medida representa um verdadeiro e injustificado retrocesso no enfrentamento da violência no País.

“Bolsonaro não quer armar o povo para diminuir a criminalidade, mas aumentar, armando as milícias. Bolsonaro quer constituir uma força paralela para um projeto autoritário”, denunciou o senador Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado.

No último 23 de abril, a União publicou a Portaria alterando os quantitativos máximos de munições possíveis de serem adquiridas por pessoas físicas. A nova norma multiplicou, praticamente, por doze o quantitativo permitido para aquisição de munições por cidadãos brasileiros, sendo que uma única pessoa pode chegar a comprar mais de seis mil munições por ano.

Isso tudo sem apresentar qualquer justificativa legal sobre a necessidade do aumento de munições permitidas visto que a categoria só prevê o uso da arma para defesa pessoal. “Ao que tudo indica, a norma serve tão apenas para favorecer desvios e abastecer o crime organizado e as milícias”, diz trecho da justificação do PDL assinado pelos senadores.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) resgatou, em suas redes sociais, capa do jornal Correio da Manhã de 12 de agosto de 1937. Nela, o jornal traz manchete com o seguinte título: “Mussolini diz que só um povo armado é forte e livre”.  Benito Mussolini foi o político responsável por liderar o Partido Nacional Fascista, responsável pelo estabelecimento de uma ditadura autoritária na Itália.

No vídeo da reunião ministerial do último dia 22 de abril, divulgado na última semana, Bolsonaro fez críticas a medidas de isolamento social adotadas por prefeitos e governadores e defendeu o armamento da população como forma de garantir que a população pudesse furar a determinação dos governos estaduais e municipais.

“O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme! […] Um b**** de um prefeito faz um b**** de um decreto, algema, e deixa todo mundo dentro de casa. Se tivesse armado, ia pra rua”, disse Bolsonaro, na oportunidade.

Confira a íntegra do projeto

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