Para resolver a questão, o partido espera que possa haver um acordo pacífico que confirme “a escolha feita pelo povo venezuelano nas últimas eleições, quando deixou clara a opção pelo aprofundamento das políticas sociais iniciadas no governo de Hugo Chávez”.
Ledezma foi acusado pelo Ministério Público do país sul-americano de ser um dos articuladores do golpe montado contra o governo do presidente Nicolás Maduro no começo do ano passado e de estar envolvido com outra ação neste sentido. Em pronunciamento, Maduro explicou que o prefeito será processado pela justiça venezuelana “para que responda por todos os delitos cometidos contra a paz do país, a segurança e a Constituição”.
A prova da tentativa de golpe seria um documento denominado “Acordo nacional para a transição”, publicado em 11 de fevereiro e supostamente assinado por Ledezma. Segundo o governo venezuelano, esse texto seria o ponto de partida de uma tentativa de golpe que incluiria a utilização de um avião trazido do exterior para atacar instituições do Estado localizadas em zonas onde também há áreas residenciais.
Também teriam assinado o documento a deputada cassada María Corina Machado, investigada por supostamente conspirar para matar Maduro, além de Leopoldo López, preso há um ano sob acusação de instigar protestos que deixaram 43 mortos, no ano passado.
A maior tentativa de golpe no país ocorreu em 2002. Na época, uma ação fracassada deteu, por 47 horas, o então presidente Hugo Chávez. Ele foi preso ilegalmente por militares, a Assembleia Nacional e o Supremo Tribunal foram dissolvidos e a Constituição de 1999 do país foi anulada.
Veja a nota do PT na íntegra:
O Partido dos Trabalhadores tem acompanhado com atenção a situação política venezuelana e expressa sua preocupação sobre fatos recentes que atentam contra a vontade popular. Diante dos fatos noticiados, reafirma seu repúdio a quaisquer planos de golpe contra o governo legitimamente eleito de Nicolás Maduro.
Apoiamos a manifestação do Governo brasileiro, que, em nota pública, assumiu o compromisso de “contribuir, sempre que solicitado, para a retomada do diálogo político amplo e construtivo”, e também apoiamos o papel da UNASUL buscando intermediar um diálogo através da atuação dos Chanceleres do Brasil, Colômbia e Equador.
Esperamos que as partes possam chegar a um acordo pacífico que confirme a escolha feita pelo povo venezuelano nas últimas eleições, quando deixou clara a opção pelo aprofundamento das políticas sociais iniciadas no governo de Hugo Chávez.
Rui Falcão
Presidente Nacional
Mônica Valente
Secretária de Relações Internacionais”