PT ressalta legado de Lula. Lindbergh denúncia “campanha de ódio”

A “campanha de ódio” movida por setores conservadores e grandes veículos de comunicação contra o ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva “empobrece a democracia” e revela-se o último recurso de forças políticas que, incapazes de gestar uma alternativa para o País, movem-se apenas pelo ressentimento. A avaliação é do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que ocupou a Tribuna do senado, nesta quita-feira (13), para repudiar as sistemáticas insinuações contra o ex-presidente veiculadas por parte da imprensa.

“Lula representa tudo o que eles mais odeiam. Lula é aquela pobre criança do sertão nordestino que deveria ter morrido antes dos 5 anos, mas que sobreviveu. Lula é aquele miserável retirante nordestino que veio para São Paulo buscar, contra todas as probabilidades, emprego e melhores condições de vida, e conseguiu”, apontou Lindbergh, que foi aparteado pelos petistas Paulo Paim (RS), Wellington Dias (PI) e pelo líder da bancada, Walter Pinheiro (BA).

Para Paulo Paim, os esforços do presidente para assegurar os direitos de tantos setores excluídos—como as mulheres e os negros, que ganharam secretarias de governo específicas, para promover políticas públicas — desagradam minorias acostumadas ao privilégios. Ele citou a política perene, instituída por Lula, para a valorização progressiva do salário mínimo, que deverá chegar a U$ 1 mil em 2023. “Por isso, tanto ataque ao Presidente Lula, uma liderança mundial”. 

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“Luiz Inácio Lula da Silva representa um projeto, no qual muitos ganham, mas alguns poucos perdem”, lembrou Wellington Dias. “Os que perdem, reagem. É portanto, claramente um ataque mais do que ao Lula, é um ataque a um projeto de país que hoje é destaque dentro do planeta. Mais do que isso: é um ataque daqueles que perdem na busca do poder a qualquer custo”, afirmou.

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Para Walter Pinheiro, Lula é “figura extraordinária, que promoveu transformações profundas”. A maior delas, destaca o senador, foi a consolidação de instâncias e de processos democráticos. Ele lembrou que a Lei de Acesso à Informação, instrumento que fortalece a transparência, e a reestruturação das carreiras como as da Polícia Federal foram iniciativas do ex-presidente que muito contribuíram para que a sociedade pudesse conhecer as  ações de governo. “Quando agridem o Lula, nesse atual quadrante da nossa história, não é para atingir a figura do Lula. O desejo, a ânsia é destruir o projeto que o companheiro Lula foi capaz de construir” para o País, afirmou Pinheiro.

Legado

“Lula é aquele sindicalista que não deveria ter liderado a sua categoria e rompido com o peleguismo, mas liderou e rompeu. Lula é aquele político que não devia ter criado, em plena ditadura militar, um novo partido independente de esquerda, mas criou. Lula é aquele candidato que não devia ter chegado ao poder, mas chegou. Lula é aquele presidente que devia ter fracassado, mas teve êxito extraordinário”, prosseguiu o senador fluminense, destacando o ódio de classe e o preconceito que inspiram os ataques ao ex-presidente.

“Lula é o excluído que devia ter ficado em seu lugar, mas não ficou. Lula é esse fantástico novo Brasil que ele ajudou tanto a construir. Lula não deveria existir, mas existe. É uma nova realidade sem volta, contra a qual não há argumentos racionais. Apenas o ódio espesso dos ressentidos”.

Lindbergh reconheceu que a política é uma atividade que desperta paixões, mas lembrou que nada justifica as tentativas de destruir a reputação do ex-presidente. “Não se procura a construção de alguma política, equivocada ou não, a consecução de um objetivo, meritório ou não, mas apenas a destruição do outro, a eliminação das alternativas, a derrubada de um projeto, sem a preocupação de colocar algo viável em seu lugar. Nessas circunstâncias, ocorre a inevitável deterioração da democracia e de suas instituições, que pode resvalar, em casos extremos, para o golpismo”, afirmou o senador.

Ele foi enfático na denúncia de “parte da oposição e da mídia conservadora”, que assumiram “de vez e irreversivelmente a feição de uma direita anacrônica, reacionária e profundamente intolerante”, que “cada vez mais, atrai o que há de pior na política nacional: fundamentalistas, membros da TFP e até mesmo, nos ataques de submundos da Internet, indivíduos que pertenceram à juventude nazista e aos órgãos de repressão da ditadura. É um monstro político que parece sedento de sangue”.

Lindbergh lembrou os principais feitos do governo Lula, que retirou da pobreza extrema mais de 30 milhões de pessoas, que impulsionou o crescimento econômico, ajudando a gerar 14,5 milhões de novos empregos com carteira assinada, que criou o maior programa social do planeta, o Bolsa Família, democratizou o acesso ao ensino superior, à casa própria, ao crédito e à energia elétrica. “Contrariando nossa triste tradição histórica, tão cara aos cultuadores do ódio a Lula, dessa vez crescemos distribuindo renda e oportunidades”.

“Lula mudou o Brasil. E não se trata de uma mudança abstrata e retórica. Foi uma mudança concreta, profunda. Ele mudou, para melhor, a vida de dezenas de milhões de brasileiros. Gente como ele, que não tinha nada ou muito pouco, e que agora come, mora, se educa e sonha. Brasileiros que se tornaram, enfim, cidadãos do Brasil”.

Leia a íntegra do pronunciamento do senador Lindbergh Farias

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