“Quero paz e democracia. Mas nós também sabemos brigar”, afirma Lula

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do ato público em defesa da PetrobrasOs ataques ao PT e ao governo Dilma Roussef são a expressão mais visível de um movimento de “criminalização da ascensão social de uma parte da população” que, historicamente, esteve excluída de direitos básicos, como a alimentação, a educação e a moradia.  A afirmação é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em discurso durante o ato público em defesa da Petrobras realizado na última terça-feira (24), no Rio de Janeiro, conclamou a esquerda e os setores democráticos a defender as conquistas sociais alcançadas pelo Brasil na última década. “Precisamos ir para as ruas. Quero paz e democracia, mas se eles não querem, nós também sabemos brigar”, exortou Lula.

O ato em defesa da Petrobras, promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Federação Única dos Petroleiros (FUP), na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, reuniu sindicalistas, estudantes, intelectuais e trabalhadores da Petrobras. Ao falar aos participantes, Lula alertou que a movimentação de setores das elites contra o governo repete a mesma tentativa de criminalizar a política e projetos políticos mais identificados com os mais pobres. “Eles continuam fazendo hoje o que fizeram a vida inteira, como contra João Goulart, Getúlio e Juscelino Kubitschek. Como tentaram fazer comigo”.

Lula também alertou que a criminalização da política sempre tem péssimos resultados para a democracia; “Na Itália, depois de uma Operação Mãos Limpas que levou 1.080 pessoas à prisão, 14 ao suicídio e vários partidos à extinção, o resultado foi a ascensão de Berlusconi”. Sobre as denúncias envolvendo a Petrobras, o ex-presidente defendeu a apuração e punição de todas as irregularidades, mas condenou as tentativas de ferir uma empresa que tem 86 mil funcionários e é um dos orgulhos do País. E deu um conselho à presidenta Dilma Rousseff:  “Dilma tem que deixar a investigação da Petrobras com a justiça. Ela tem que levantar a cabeça e dizer: ‘eu ganhei as eleições e vou governar o País”.

O ex-presidente destacou que há setores das elites profundamente incomodados com a melhoria na qualidade de vida dos mais pobres. “A elite não se conforma. Só que os pobres não passaram a comer a comida dos outros. Eles passaram apenas a comer o que era necessário”. Ele pediu aos militantes que não tenham “vergonha de ter ganho a eleição” e disse que, embora os derrotados (a oposição) estejam “muito desaforados”, é o momento de ganhar as ruas e “defender o que conquistamos. Temos que defender a democracia e a revolução social que aconteceu no Brasil”.

Assista ao vídeo com o discurso do ex-presidente Lula:

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