Reconstrução imediata da mama após retirada de tumor vai à sanção

Plenário aprovou projeto que prevê a cirurgia pelo SUS. União gastou em torno de R$ 1,6 milhão só em exames de mama em 2012.


Nova lei pretende reduzir as filas para que
as mulheres vítimas de câncer façam a cirurgia

Um novo procedimento deverá se tornará obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS): as cirurgias de reconstrução de mama serão realizadas imediatamente a remoção do tumor, sempre que a paciente apresentar condições técnicas. Para começar a valer, a medida, aprovada na noite dessa terça-feira (26) no plenário do Senado, depende apenas da sanção presidencial.

Durante a votação, em regime de urgência, da matéria, a senadora Ana Amélia (PP-RS) – relatora do projeto (PLS 3/2012) – destacou que garantir a realização imediata da cirurgia tem “um grande alcance social, especialmente para as mulheres mais pobres”. Na mesma linha, o senador Paulo Paim (PT-RS) saudou a autora da iniciativa, deputada Rebecca Garcia (PP-AM).

Apesar do SUS já realizar cirurgias reparadoras de mama há mais de 13 anos, Rebecca justifica seu projeto em face das longas filas que deixam mulheres vítimas de câncer esperando por até cinco anos para serem atendidas. Além disso, a deputada considera que a reconstrução imediata permite o melhor aproveitamento da estrutura hospitalar, como, por exemplo, a anestesia e internação; e assegura uma melhor recuperação, já que “a mulher não acordaria mais com a sensação de que algo está lhe faltando”.

Outro ganho da proposta, está no reconhecimento de que há pacientes que, por motivos de saúde, não podem ser submetidas à reparação imediata. A reconstrução imediata pode não ser indicada para pacientes que serão submetidas à radioterapia ou quando não foi possível obter margens cirúrgicas oncológicas. Para estes casos, o projeto prevê acompanhamento médico, para que tão logo a mulher alcance as condições clínicas favoráveis, seja realizado o procedimento cirúrgico.

Números
O câncer de mama é o segundo tipo de neoplasia maligna mais frequente no mundo, sendo o primeiro entre as mulheres. É raro antes dos 35 anos de idade, porém, após essa idade, sua incidência eleva-se rápida e progressivamente. De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 50 mil brasileiras desenvolveram a doença apenas no ano de 2012.

O Governo da Presidenta Dilma não tem medido esforço para resolver definitivamente essa situação vivenciada pelas mulheres.  Assim, gastou em torno de R$ 1,6 milhão só em exames de mama em 2012 – um aumento de 41% no atendimento na faixa prioritária de 50 a 69 anos –, como parte do esforço de reduzir a incidência desse tipo de câncer no Brasil. Além disso, o Governo também reforçou as ações de prevenção e redução dos cânceres do colo de útero e mama no Programa de Mamografia Móvel, para áreas remotas.

Tratamento
Se detectado precocemente, o câncer de mama pode ser tratado por meio de procedimentos cirúrgicos conservadores, a exemplo da mastectomia segmentar, que retira apenas uma pequena porção do tecido mamário. No entanto, em casos mais avançados, o procedimento indicado é a mastectomia total, onde toda a mama é retirada. Nestes casos, é comum que a mulher opte pela cirurgia plástica reparadora, para reconstruir a forma e o aspecto originais do órgão.

Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.

Catharine Rocha

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