Seja nos índices da macroeconomia, seja nas prateleiras do supermercado, passando pelos direitos humanos e sociais, os números não mentem: o Brasil piorou. E muito. Não à toa, a expressão foi uma das mais replicadas nas redes sociais nesta semana. Inflação recorde, renda em queda livre, crescimento do PIB, investimentos públicos, proteção do meio ambiente. A frase se confirma para qualquer lado que se olhe.
A queda do Brasil de 6º maior economia do mundo, com Lula e Dilma, para 13ª agora, com o governo atual, é um reflexo da crise econômica, social e política do país desde o golpe de 2016. Os sinais chegaram até ao mercado financeiro: em 2021, o Índice Bovespa acumulou queda de 11,93%, o primeiro o recuo desde 2015, e as perdas registradas desta semana anularam os ganhos de 2022.
O ponto mais sensível à população, sem dúvida, é o impacto da inflação nos preços dos produtos mais elementares. A inflação do IPCA-15 medida pelo IBGE apontou recorde para um mês de abril nos últimos 27 anos, com 1,73%, e acumulado nos últimos 12 meses superior a 12%. Nos governos Lula e Dilma, a inflação ficou entre 3,4% e 6,4%.
Reportagem veiculada nesta sexta-feira (6) pelo G1 mostrou que a mesma cesta de produtos básicos teve aumento de 50% nos últimos dois anos. O levantamento foi realizado com dados do Procon-SP e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pesquisou 13 alimentos (arroz, feijão, café, ovo, carne, frango, leite, batata, pão francês, açúcar, óleo, farinha e margarina), 2 itens de higiene (papel higiênico e creme dental) e 2 para limpeza (sabão em pó e limpador multiuso).
Com a disparada de preços, o brasileiro que vai ao mercado com R$ 200 sai hoje com o carrinho bem mais vazio que há dois anos. Seria preciso deixar na prateleira em março deste ano 1 dúzia de ovos, 1 kg de feijão, 1 litro de leite, 1 kg de carne, 1 pacote de papel higiênico, 1 kg de frango, 1 pacote de açúcar, 1 limpador multiuso, 1 litro de óleo de soja, 1 kg de farinha de trigo e 1 margarina.
A bancada do PT no Senado não deixou o momento passar em branco. “O país tem uma das maiores inflações do mundo e o crédito está cada vez mais caro. O Brasil piorou e povo não aguenta mais! Com Bolsonaro, o país só anda para trás. Enquanto Lula tirou 40 milhões da miséria, o genocida devolveu o país ao mapa da fome. É, realmente, uma diferença radical na forma de tratar o povo brasileiro. Mas vale lembrar: ninguém precisa trocar a carne pelo osso, o feijão pela farinha, o gás pela lenha. A gente só precisa trocar de presidente”, declarou o senador Humberto Costa (PT-PE)
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) engrossou o coro para apontar o culpado pelo o aumento dos preços. “Gasolina R$ 8, gás de cozinha R$ 130, bandeja de ovo R$ 22, Kg da carne R$ 44, brasileiros nas filas dos açougues em busca de ossos e nos lixões em busca de comida. O Brasil piorou com Bolsonaro! Com Lula, vamos resgatar o projeto de desenvolvimento nacional”, afirmou.
Na mesma linha foi o senador Paulo Paim (PT-RS), mencionando o outro lado da moeda, com a divulgação dos resultados da Petrobras. “Lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre de 2022: R$ 44,5 bilhões. Enquanto isso, gasolina: R$ 7,50; diesel: R$ 7,00. O impacto atinge a produção, o preço final ao consumidor. A inflação está batendo recordes: em 2021, ultrapassou os 10%. De quem é a responsabilidade?”, questionou, deixando no ar a pergunta para a qual todos têm a mesma resposta: governo Bolsonaro.