Em discurso no plenário da Câmara nesta segunda-feira (05/11), o relator da Comissão Especial da Reforma Política na Casa, deputado Henrique Fontana (PT-RS), defendeu a adoção do financiamento público e exclusivo de campanha e chamou a atenção do Parlamento para o perigo que representa à democracia “os crescentes custos financeiros envolvidos em cada eleição”. O relator destacou que “o principal defeito do atual sistema político brasileiro, é a influência exercida pelo financiamento privado nas eleições”.
“Isso está levando a uma lógica de risco crescente para a democracia brasileira. O poder econômico tem influência cada vez maior sobre a decisão das eleições. As histórias de vida, os programas e os projetos representados por diferentes candidatos perdem força nesse embate com o papel do poder econômico no processo eleitoral”, alertou Fontana.
Ainda de acordo com o parlamentar, a influência econômica também tem contribuído para inibir o aparecimento de novas lideranças políticas. “Milhares de pessoas que poderiam ter um excelente papel a desempenhar – como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, ou mesmo senadores, governadores, e presidentes da República- afastam-se da política porque não têm como arcar com o financiamento de campanhas de altíssimo valor”, lamentou Henrique Fontana.
Em entrevista ao site da Liderança do PT no Senado, Fontana já havia falado sobre a prioridade para a votação do financiamento público. O tema também é considerado fundamental para o PT.
Dentre os pontos contidos no texto da Reforma, Fontana apontou outros pontos considerados por ele fundamentais, sobre os quais pairam as maiores chances de consenso: o fim das coligações proporcionais e a coincidência de eleições. Também foi incluída no relatório a adoção do voto em lista flexível, como outra mudança importante para o País.
Segundo o parlamentar, formar uma maioria em torno do novo sistema de votação é o maior desafio.
O relatório de Henrique Fontana está pronto para votação no plenário da Câmara dos Deputados com regime de urgência.
Com PT na Câmara
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