Rogério Carvalho volta a cobrar a redução da taxa de juros por parte do Banco Central. Foto: Alessandro Dantas
A reforma tributária aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados, e que segue para análise por parte dos senadores, representará uma enorme transformação para o país. Essa é a avaliação do primeiro-secretário do Senado, Rogério Carvalho (PT-SE), em entrevista concedida à Rádio Fan FM, nesta segunda-feira (10/7).
“Não vai ter mais imposto na cesta básica. Quem pagar imposto a mais, vai receber como crédito. E quem tem jatinho vai passar a pagar IPVA, que antes não pagava”, elenca o senador.
O texto, como citado pelo senador na entrevista, prevê o cashback (dinheiro de volta) para a população mais pobre; imposto menor para absorventes, insumos para pessoas com deficiência, medicamentos, educação e transporte público; cobrança de IPVA sobre jatinhos, iates e jet skis e uma série de outros ajustes para tornar o tema menos injusto.
Assim como o líder do Governo, Jaques Wagner (PT-BA), Rogério também demonstrou disposição para debater a mudança promovida pelos deputados, na Câmara, que retiraram a previsão de incentivo ao setor automobilístico na região Nordeste. O dispositivo retirado estenderia o prazo para convalidação dos benefícios fiscais, mas foi retirado na avaliação dos destaques.
“A PEC da Reforma Tributária agora vai para o Senado. Lá, vamos corrigir o deslize que houve na Câmara, de retirar o incentivo à indústria automobilística aqui do Nordeste”, disse.
Redução na taxa de juros
O senador também engrossou o coro daqueles que pedem ao Banco Central (BC) a redução da absurda taxa de juros que tem travado um crescimento mais acelerado da economia brasileira. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% deixando o Brasil com a maior taxa real de juros praticada no mundo.
Rogério Carvalho é autor da Lei 14.185/2021, que permite ao BC receber os depósitos voluntários remunerados. Essa ferramenta, adotada em diversos países, ajuda no controle da inflação, porque retira dinheiro em circulação da economia. Além disso, pode reduzir o índice da dívida pública atual do país em mais de R$ 900 bilhões. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional com apoio de Roberto Campos Neto, presidente do BC.
“Agora, precisamos resolver a questão dos juros. Eu sou autor de uma lei que retira cerca de R$ 1 trilhão da dívida pública, através de gestão monetária. Se ela for aplicada, poderemos ter juros mais baixos e melhoria das condições de vida do nosso povo”, aponta.
Na última semana, deputados de nove legendas entregaram documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobrando ações por parte do Senado em relação à atuação de Campos Neto.
Participação na CPMI do Golpe
O senador ainda falou da importância dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a tentativa de golpe do último 8 de janeiro e sua participação no esforço de elucidar quais foram os personagens que tornaram possível uma “tentativa de golpe de Estado frustrada”.
“É uma satisfação muito grande representar o PT na CPMI do Golpe e esclarecer para a opinião pública o que foi o 8 de janeiro: uma tentativa de golpe de estado frustrada.”
