Regina: Precisamos pensar as cidades para as pessoas, não para os veículos

Regina: Precisamos pensar as cidades para as pessoas, não para os veículos

Regina Sousa: motociclistas já são as maiores vítimas do trânsito nacional, que mata mais de 40 mil pessoas/anoNo Brasil, o crescente número de mortes no trânsito – especialmente entre os jovens – é preocupante para um país onde aumenta o número de idosos. Essa é a avaliação da senadora Regina Sousa (PT-PI), que durante discurso ao plenário, nesta quinta-feira (25), propôs um debate sobre o tema nas eleições municipais do ano que vem.

“Acho que um tema muito bom para ser incluído no processo eleitoral do ano que vem seria o da mobilidade urbana, de se pensar a cidade para as pessoas e não para os veículos. Isso porque a maioria das cidades existe para os veículos, nem calçadas existem mais para que se possa andar”, explicou a parlamentar.

Para Regina, o crescimento do número de mortes, principalmente de homens entre 20 e 39 anos, “é muito preocupante”, por afetar uma faixa etária delicada da população. “Para um País em que o número de idosos está crescendo, essas pessoas acidentadas e mortas impactam muito o presente e o futuro, já que estão na sua idade produtiva, sem falar que esses acidentes interferem no Sistema de Saúde pelo tratamento e da Previdência pelas licenças, pelas aposentadorias precoces e também na vida das famílias”.

Para cada morte, os acidentes de trânsito deixam entre 20 e 25 feridos. As lesões de acidentes com motos são ainda mais graves. Em cerca de 30% dos casos, a vítimas ficam com sequelas para toda vida. “Eles e elas [motociclistas] já são as maiores vítimas do trânsito nacional, que mata mais de 40 mil pessoas/ano”, disse Regina.

As mortes de motociclistas é uma das principais preocupações da senadora, especialmente no Estado do Piauí. Os acidentes envolvendo motos, registrados apenas pelo Hospital de Urgência de Teresina (PI), em 2014, apontaram para 12.562 acidentes de motos ante 1.398 de carro. Os dados do hospital deste ano são igualmente preocupantes. Até abril, foram 3.561 acidentes de moto e 310 de carro.

“O Brasil precisa encontrar solução para tanta violência no trânsito. E a resposta pode vir pela educação. Os cursos de formação de condutores precisam ser mais eficientes, os exames de habilitação mais completos, as vias e as sinalizações públicas precisam ser mais adequadas. Quer dizer, é aquilo que eu falei: pensar cidades para as pessoas e organizar o trânsito”, explicou a senadora.

Em aparte, o senador Jorge Viana (PT-AC) parabenizou a parlamentar por ter levantado o tema. Para ele, é preciso mudar a cultura no País para reduzir as mortes no trânsito. “Temos de criar uma cultura no Brasil, estabelecer normas limitando a velocidade das motocicletas nas cidades, procurando ter faixas exclusivas. Porque o que não podemos é não tomar atitude nenhuma e ficar contando os mortos”, destacou.

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