A senadora Regina Sousa (PT-PI) acredita que o ódio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT está cegando algumas pessoas. Para ela, a firme disposição de algumas autoridades em manter o presidente Lula preso e longe do processo eleitoral está provocando as reações mais ilógicas e destituídas de razão. Foi assim no último domingo (8), quando o juiz Sérgio Moro interferiu para garantir que a decisão do desembargador do TRF-4 Rogério Favreto, em favor de Lula, não fosse cumprida.
“Moro estava de férias. Ele não revogou as férias e arvorou para si o comando do TRF-4, a chefia da Polícia Federal? A Polícia Federal não tem mais chefe? Não tem comando? É ele que comanda tudo?”, perguntou, em pronunciamento ao plenário nessa quarta-feira (11).
A senadora lembrou que Moro é juiz de primeira instância. E Favreto é desembargador – esteja ou não de plantão. “A contestação deveria seguir o rito processual normal, lá no tribunal. Moro não tem mais nada a ver com esse processo, que já saiu da primeira instância, já subiu”, reforçou. Ela disse ainda que a impressão que fica do episódio é a de que Moro está autorizado a atropelar instâncias superiores.
Para Regina, a Justiça, no Brasil, não é para todos. “A verdade é que foram criados instrumentos que só valem para o PT, instrumentos de punição. Literatura jurídica? Foi só para o José Dirceu. Pedalada fiscal? Foi só para a Dilma. Afinal, todo mundo pedala aí e não tem problema. Convicção? Só para o Lula. Só o Lula está condenado por convicção, mais ninguém. Essa é a diferença”, observou.
Além da prisão, os opositores de Lula o querem fora do processo eleitoral. Alegam que ele não pode ser candidato porque foi condenado em segunda instância. Mas a senadora Regina lembrou que existe um levantamento que dá conta de mais de 150 pessoas, prefeitos e parlamentares, que estão exercendo mandato já tendo sido julgados em segunda instância. “Por que Lula não pode?”, questiona a senadora.
Ela concluiu: “Para mim, Lula é um troféu na mão do Moro; um troféu que ele vai ofertar de bandeja aos seus verdadeiros patrões, os Estados Unidos”.