Enquanto sorri amarelo para a mídia e treme diante do mercado, descontente com mudanças na política fiscal, o presidente Jair Bolsonaro avança contra bolso do povo brasileiro. Para colocar de pé o famigerado Renda Brasil, a proposta de substituto do Bolsa Família, o ministro Paulo Guedes decidiu desviar recursos do novo Fundeb – que financia o ensino púbico básico – e dos precatórios devidos pela União aos credores de dívidas judiciais, para custear o programa social.
Ao tirar do povo o dinheiro da educação, Bolsonaro ameaça o futuro do país e o ensino das crianças, mas o mais grave é que também ataca o bolso de beneficiários do INSS, que têm recursos a receber da União.
“Isso é um absurdo sem tamanho. Bolsonaro quer acabar com o Bolsa Família, passando mão no dinheiro de quem mais precisa para criar um programa que tenha a sua marca, um programa com viés eleitoral”, criticou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Nessa terça-feira (29), enquanto o mercado reagia com a Bolsa de Valores de São Paulo operando em queda e o dólar subindo a R$ 5,60, outros líderes do PT criticaram duramente a iniciativa do Palácio do Planalto.
“As manchetes do dia não deixam dúvida sobre a tragédia que se abateu sobre o Brasil: destruir e retroceder. Este é o lema do governo Bolsonaro”, reagiu Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado.
O senador ainda fez um alerta para o fato de o auxílio emergencial, reduzido pela metade por Bolsonaro, deve ser extinto em janeiro, deixando milhões de brasileiros sem fonte de renda.
“O governo cortou a única fonte de renda de milhões de brasileiros. Eu digo não para redução do auxílio emergencial de R$ 600”, disse.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), em agosto, 4,2 milhões de famílias brasileiras só tinham como fonte de renda o benefício pago pelo governo.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) apontou a irresponsabilidade do governo ao defender a retirada de recursos da educação para financiamento do Renda Cidadã.
“A ideia de financiar o Renda Cidadã retirando dinheiro do Fundeb é um escárnio. A política de ‘cobertor curto’ de Bolsonaro e Guedes só se aplica quando trata dos pobres — da maioria do povo. Quando se trata de beneficiar os ricos, o cobertor é ilimitado”, denunciou.
“No momento em que estamos passando pela maior fuga de dólares e de investidores da história, o governo comete mais uma lambança dessa proporção. É um sinal muito ruim que nós damos internacionalmente e, por outro lado, isso só mostra que não temos capacidade de resolver a grave crise econômica interna, e que a fome e a pobreza tendem a se alastrar. Porque não é com programas de mentira que vamos resolver problemas reais”, enfatizou Humberto sobre o Renda Cidadã.
Com informações da Agência PT de Notícias